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sexta-feira, 23 de julho de 2010

RELIGIÃO x ESPIRITUALIDADE


Eis uma mensagem muito bonita, lúcida e inteligente feita por um Pastor Evangélico que conseguiu trazer à realidade algo que está cada vez mais na superfície das necessidades humanas.


Refere-se ao seguinte episódio: Na última Páscoa, os jogadores do Santos foram convidados para ir a um hospital que funciona junto ao Lar Espírita Mensageiros da Luz, que cuida de crianças com deficiência cerebral, para lhes entregar os tradicionais ovos de Páscoa.


Alguns dos atletas - Robinho, Neymar, Ganso e Fábio Costa - se recusaram a entrar na Instituição, preferindo ficar dentro do ônibus do clube, sob a alegação de que são evangélicos, recusando-se, assim, a manter contato com as crianças deficientes.



É de René Kivitz, Pastor Evangélico e santista desde pequenino, as seguintes ponderações:


"Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros.


Por isso cada vez mais me convenço de que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião, que está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé.


A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais da Bíblia e de cada uma das tradições de fé.

Quando você começa a discutir: quem vai para o céu e quem vai para o inferno; se Deus é a favor ou contra a prática do homossexualismo; se você tem de subir uma escada de joelhos; se deve dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião.

Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião.


Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.



O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância.

A religião coloca de um lado os adoradores de Alah, de outro os adoradores de Yahweh, de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai.
Cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou a conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir para que se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus - ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas quando você concentra a sua atenção e ação em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas.


E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz.



Os valores espirituais agregam pessoas, aproximam os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero e, inclusive, religião.



Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus.
Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina – ou pelo menos deveria ensinar - você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e a miséria de uma paralisia mental.”


Comentário nosso: Perfeito! O mesmo se passa quando são feitas comparações entre as várias potências maçônicas, em detrimento da sublime Ordem como um todo!

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