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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

REVISTA ARTE REAL - JANEIRO DE 2011



AS INCRÍVEIS “FÉRIAS” MAÇÔNICAS - José Castellani (*)
Férias maçônicas é uma invenção brasileira do século passado que vem sendo, cada vez mais, "esticada", para satisfação daqueles que crêem que trabalho maçônico é estafante. No Grande Oriente do Brasil, temos o alentado período de 30 dias, de 20 de dezembro a 20 de janeiro; na Grande Loja, o período de 20 de dezembro a 6 de janeiro, para que os "cansados" maçons repousem de seu pesado trabalho simbólico de operário. Isso, todavia, nem sempre aconteceu. Consultando antigos livros de atas, pode-se constatar que as Lojas não paravam seus trabalhos no Natal, nem na passagem de ano.

Tomemos, para exemplo, alguns casos:

1. Na Loja Amizade, de São Paulo, dois padres (padres, vejam bem!), Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade e José Joaquim dos Quadros Leite, foram iniciados a 25 de dezembro de 1832; no dia 30 de dezembro, o padre José Joaquim Rodrigues.
E o Templo da Loja, na Rua Tabatinguera, foi inaugurado em dia 3 de janeiro de 1873;

2. Na Loja Piratininga, de São Paulo, em 23 de dezembro de 1912, era aprovada a proposta de que se alugasse o novo prédio da Loja, na Rua Líbero Badaró, à firma Luiz Osório e Cia., por quatro contos de réis mensais, com contrato de cinco anos.
Em 8 de janeiro de 1890, era aprovado, em sessão econômica, um voto de congratulações pela escolha do Marechal Deodoro da Fonseca para o Grão-Mestrado do Grande Oriente do Brasil;

3. A Loja Fé e Perseverança, de Jaboticabal, promoveu a sua sessão de regularização em 5 de janeiro de 1890;

4. A Loja Monte Líbano, de São Paulo, realizava uma sessão magna para iniciação de Júlio dos Santos Martins, português, agente comercial, em 31 de dezembro de 1914;

5. A Loja União Paulista, de São Paulo, iniciava, em 7 de janeiro de 1924, o negociante italiano Francisco Maurano; em 27 de dezembro de 1928, o comerciante italiano Carlos Castellani;

6. A Loja Fraternidade, de Santos, que, em 1915, fez fusão com as Lojas Renascença II e Cinco de Abril, formando a Fraternidade de Santos, em sessão de 31 de dezembro de 1955, resolvia que, na procissão em louvor a São Benedito, faria representar-se com a imagem de S. João, a Ela pertencente, transportada e acompanhada pelos obreiros do quadro.

A partir do final do século passado, algumas Lojas começaram a fazer um pequeno hiato em seus trabalhos, véspera de Natal até dia de Reis, em 6 de janeiro.
Posteriormente, porém, iria haver um aumento, em uma Obediência, que iria se estender às demais e até ser esticado, de forma pitoresca.

Em 25 de janeiro de 1955, último dia dos festejos do 4º Centenário da cidade de São Paulo, era inaugurado o Edifício-Sede do Grande Oriente de São Paulo, na Rua São Joaquim, cuja construção fora iniciada em 1948.
Para os padrões da época, o prédio era opulento: 2.320m² de construção; quatro Templos para trabalho de 24 Lojas e mais Um nobre; um sub-solo e mais três andares, servidos por elevador Atlas; Templos aerificados, através de um sistema de insuflação de ar fresco, produzido por ventiladores centrífugos de baixa pressão e rotação com motores elétricos de 5 a 10 HP, para expulsar o ar viciado e quente, aspirado para o exterior através de ventiladores bi-helicoidais, com funcionamento automático; abastecimento de água através de dois reservatórios de concreto, um no subsolo, com capacidade para 10.000 litros, outro no último andar, com capacidade para 4.000 litros; dez instalações sanitárias completas; oito Câmaras de Reflexão, com dispositivo para se ver, de fora, o que se passa dentro, sem que, do interior, perceba-se.
Evidentemente, um prédio tão grande e complexo é de difícil manutenção, e essa dificuldade foi agravada pelo grande número de pessoas que, por ali, circulavam e ajudaram a deteriorar a construção.
Isso aconteceu em pouco tempo, pois, menos de três anos depois de sua inauguração, o edifício já necessitava de reparos. Diante disso, o Grão-Mestre Benedito Pinheiro Machado Tolosa, professor de Obstetrícia da Faculdade de Medicina de S. Paulo, emitia, em 9 de dezembro de 1957, o Ato Nº 146, estendendo as férias maçônicas, que, então, iam de 24 de dezembro a 6 de janeiro, até 18 de janeiro, diante da necessidade de se proceder a alguns reparos, limpeza geral e pintura parcial do Edifício-Sede. Nos dois anos seguintes, pelo mesmo motivo, elas foram estendidas até dia 20.

E a coisa acabou, rapidamente, tornando-se "tradicional"; os motivos tinham sido esquecidos, não se pensando em reparos e pinturas, chegando, mesmo, até as Constituições do Grande Oriente do Brasil. Acabou, além disso, chegando a outras Obediências, que, talvez, adorando a ideia, esticaram, mais ainda, as tais "férias", dando, inclusive, um "extra" no mês de julho, como se os maçons fossem aluninhos de escolas infanto-juvenis, com direito a férias de verão e de inverno.
Os maus exemplos, geralmente, frutificam, ou seja, “passarinho que anda com morcego acaba dormindo de cabeça para baixo”.
E, até hoje, não apareceu ninguém para extirpar essa prática, que é esdrúxula, porque o trabalho maçônico é constante e ininterrupto, como o de outras entidades filosóficas, iniciáticas, assistenciais e de aperfeiçoamento do Homem (seria, realmente, cômico se a Igreja, por exemplo, entrasse em férias). Coisas como essa é que desgastam a Maçonaria brasileira, reduzindo-a a condição de simples clube, ou sociedade recreativa, o que contribui para corroer a sua credibilidade pública.
Como, notoriamente, o “uso do cachimbo faz a boca torta”, será difícil acabar com essa invenção, pois as justificativas são muitas: uns alegam que é preciso dar férias aos funcionários da Obediência e das Lojas, esquecendo-se de que qualquer empresa, ou sociedade, dá férias aos seus funcionários, sem fechar as suas portas; outros, no exercício do mais profundo egocentrismo, justificam-nas (inclusive as de inverno), com a necessidade de aproveitar as férias escolares e viajar com a família, esquecendo-se, intencionalmente, é claro, de que, se os filhos têm três meses delas, qualquer trabalhador tem, no máximo, 30 dias, a não ser que seja um nababo miliardário, ou um desocupado crônico.
Além disso, muitos maçons, já maduros e sem filhos em idade escolar, gostariam de frequentar os trabalhos maçônicos constantemente, mas são tolhidos pela ditadura egoísta dos que acham que, se não podem frequentar, os outros, também, não.
É o caso de recorrer à velha expressão: "Vai trabalhar, vagabundo", pelo menos, na Maçonaria, já que a indolência, hoje, é marca registrada nacional (basta ver os tais "feriados prolongados").

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

CASA DO MAÇOM: BELO EXEMPLO A SER SEGUIDO!

Prezados Irmãos:
Recebemos hoje uma mensagem do Ir.: Ap.: SAMIR ARAÚJO LEMOS, da Loja Sete de Setembro, repassando importantíssimo assunto referente à Casa do Maçom, em Barretos/SP, que faz um impressionante trabalho social e que merece ser visto, quiçá, imitado.
Convidamos para acesso ao Portal da Loja, através do qual se pode ver o maravilhoso trabalho feito para a Família Maçônica, com números impressionantes:
http://www.fraternidadepaulista.com.br

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

CONFRATERNIZAÇÃO DO FINAL DE ANO




Eis algumas fotos (cedidas pelo Ir.: Samir Lemos) do nosso derradeiro encontro do ano no sábado, dia 18.12.2010, nas ótimas dependências do CEPE - Clube dos Empregados da Petrobras, na Av. Ayrton Senna, em Natal/RN.
Foi um agradabilíssimo dia onde os Irmãos e respectivas famílias passaram bons momentos de descontração e belo convívio.
Tenham todos um ótimo Natal, com muita reflexão sobre os ensinamentos deixados pelo Aniversariante, Jesus, o Cristo.
Que o novo ano traga saúde, paz, progresso pessoal e profissional a todos que fazem a Loja Sete de Setembro e suas respectivas famílias, com extensão para a toda a Família Maçônica espalhada por todos os rincões da Terra.
S.: F.: U.:

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

REVISTA ARTE REAL - EDITORIAL

Por Francisco Feitosa (*)

Enfim, 2010 se prepara para dar adeus e virar história, levando na bagagem conquistas e realizações, vitórias e derrotas, sorrisos e lágrimas.

Um ano atípico em diversos segmentos. Citando, apenas, alguns, conquistamos o direito de realizar a Copa de 2014, no entanto, na Copa da África, tivemos de engolir, garganta abaixo, a teimosia “dunguista”, acompanhada por uma “laranjada holandesa azeda”, além de assistir à seleção - “menos mal” - da Espanha, pela primeira vez, levantar a taça.

Na política, graças ao populismo lulista, não foi muito diferente, foi eleita a primeira mulher Presidente do Brasil. Também, devido ao poderio da mídia (Globo), reservaram uma “Escolha de Sophia” ao eleitor, induzindo-o a ter que oPTar por uma ou, em outro candidato.



Muito longe de isso ser uma escolha, esse pleito ficou marcado pelo lamentável “slogan” da campanha do palhaço Tiririca, igualando o eleitor, com todo respeito ao trabalhador circense, em mais um de sua profissão: “Vote no Tiririca, pior do que tá não fica!”. Nosso Presidente corroborou, defendeu-o, pronunciando: “O Tiririca é a cara da sociedade!”.

Os inconscientes 1.350.000 de votos para o candidato Tiririca, no primeiro turno, que, de carona, elegeu mais 4 deputados, é uma desastrosa demonstração de descomprometimento do eleitor com o país.

Da mesma forma, mais da metade dos votos da presidente eleita, cerca de 30 milhões de eleitores preferiram não votar no segundo turno, mais um recorde extremamente negativo.

O lado positivo dessas eleições foi a Lei Complementar 135/2010 – “Ficha Limpa” - que, embora, tenha dividido a opinião do STF, demonstrou a insatisfação da população com o quadro político atual, diga-se de passagem, embora tardia, ainda assim, um bom começo.

Cabe-nos parabenizar ao TSE por apresentar, a cada pleito, uma novidade, as urnas biométricas, um sistema de urnas eletrônicas invejável, fazendo com que 150 observadores internacionais acompanhassem nossas eleições. Vários países da América Latina já importaram a tecnologia brasileira. Acrescenta-se ao TSE o mérito de mais uma vitória: o recorde mundial de agilidade na apuração de votos em uma eleição.

Portanto, cabe mesmo a cada um fazer sua retrospectiva, não, apenas, do ano de 2010, mas de sua postura com relação à vida. Revendo sua postura e se está contribuindo para melhorar o país, o estado, a cidade. Como está se portando como profissional, pai, marido, filho, vizinho.



O Brasil de hoje é reflexo de nossa postura de ontem. Toda e qualquer mudança tem que acontecer agora, dentro de nós, em nossas casas, em nossas empresas, em nossas Lojas Maçônicas, para que os frutos possam ser colhidos amanhã.

O mês de dezembro é regado a comemorações e abraços fraternais, pois o espírito natalino invade nossos lares trazendo a esperança de dias melhores!

Quisera que o Natal fosse interpretado em sua essência, como o nascimento do Cristo em nós, em seus ensinamentos e exemplos deixados.
O pão e o vinho têm simbolismo eucarístico e significado muito mais profundo do que o desperdício das fartas mesas e as bebedeiras de final de ano.

O nascimento do Cristo, que jamais foi em dezembro, conforme já pudemos abordar em matéria de nossa autoria, publicada na edição nº 11, sob o título “Natal, Nascimento de Cristo, em Nós!”, foi uma jogada da Igreja Católica Apostólica Romana, a fim de atender seus interesses, aproveitando-se de uma comemoração popular ligada ao Mitraísmo.



Hoje, essa data tem servido mais para aquecer o comércio de presentes, sendo o pretenso “aniversariante”, cada vez mais, esquecido, principalmente, em sua doutrina.

Estamos às portas da Era de Aquarius, e, dentre os valores desse novo ciclo, não se encaixam os comportamentos do ciclo derradeiro.


O mundo iniciará uma nova etapa, mas lamentamos dizer que não se constrói nada em cima de ruínas.



Muito provavelmente, a Lei de Evolução cobrará à humanidade o Carma pendente, acumulado por anos e anos de egoísmo, ambição, materialismo, descasos e desmandos.

Reflitamos sobre o tema: “Omissão”, e observem o palco de guerra que se tornou a bela cidade, que um dia, ficou conhecida como “Maravilhosa”, portão de entrada do Brasil.

Recomendamos adotarem, como Palavra de Passe para o ano vindouro, a “Reeducação”, em todos os aspectos. Já que o final de ano nos induz à reflexão, aproveitemos para nos reeducarmos, esquecendo a individualidade e atentando para a coletividade.

Com relação a isso, socorremo-nos as palavras do poeta Jobim, na versão brasileira da música americana com o título “Wave”: “(...) é impossível ser feliz sozinho!”.

Falando em música, som e reeducação, propositalmente, o temário desta edição é “O Poder da Palavra”, com isso, a coluna Trabalhos e a Matéria da Capa, reservam três matérias sobre a importância da palavra, do verbo, da vibração.

A coluna Destaques, também, corrobora com o tema, apresentando a matéria “Números, Cores e Sons”, do insigne Professor Henrique José de Souza.

A coluna Os Grandes Iniciados presenteia a todos com a matéria “Melki-Tsedek ou Preste João”, enquanto a coluna ParaMaçônicas, não fazendo diferente, publica uma matéria sobre a “Ordem Internacional das Meninas Arco-Íris”.

O ano de 2010 ficou marcado para a Revista Arte Real pela crescente adesão de leitores, levando-nos, orgulhosamente, à marca de mais de 16.200, sucesso que deve ser atribuído à seriedade e ao comprometimento com a cultura maçônica.

Em 2011, a título de incentivar, ainda mais, os movimentos culturais, estaremos criando a coluna “Academias Maçônicas”, a fim de elucidar a todos quanto a importância dessas “Casas”, dedicada à exaltação cultural do povo maçônico.

Que o Brasil com sua nova presidente, que os brasileiros com melhor consciência de cidadania, e que os maçons com mais comprometimento com os destinos de nosso país, baseados na Palavra de Passe “Reeducação”, possam sair do individualismo e do ostracismo e empunhar com orgulho, galhardia e denodo, a bandeira áurea e verde em defesa de dias melhores para todos!



Que 2011 seja bem-vindo. Nós acreditamos no Brasil!

(*) Editorial da sempre ótima Revista Arte Real, que pode ser vista na íntegra em http://www.entreirmaos.net/

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CULTIVE A ALEGRIA!

Cultive a alegria! (*)
Se ninguém o aplaudiu, não fique frustrado!
"A alegria é um farol luminoso, em cujas lentes esbarram todos os pássaros da noite" (M. De Backer).
É preciso vencer a tristeza para ser feliz; ela é fonte de muitos sofrimentos; muitas vezes, ela vem acompanhada do mau humor.

Jamais dê guarida à tristeza e ao mau humor se você quiser ser feliz.
Rejeite e expulse esses sentimentos do seu coração com um ato de vontade e de fé. A tristeza nos adoece e nos mata.
A Bíblia diz que "A alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade.
A alegria do homem torna mais longa a sua vida" (Eclo 30,22-26). Lance fora a tristeza; ela não é uma boa companhia.
Não guarde mágoas, ira, inveja, rancores e ressentimentos, pois esses sentimentos envenenam o coração.
Faça como o sol: "Se algum dia você se sentir desprezado pelas pessoas, não se aborreça.
Se algum dia você perceber que não valorizam os seus esforços para melhorar, não fique aborrecido, isto só lhe faria mal.
Se algum dia você se sentir rejeitado e esquecido, colocado em segundo lugar, não se aborreça, não será menor por causa disso.
Se algum dia as pessoas não notarem a beleza de sua inteligência e a grandeza da sua alma, também não fique com raiva delas, você não perderá nada por causa disso.
Se você se levantar todos os dias para fazer o bem aos outros, e mesmo assim ninguém lhe agradecer por isso, não fique aborrecido, você não perdeu o mérito de suas boas obras.
Se você fez um belo trabalho e ninguém o parabenizou e aplaudiu, não fique frustrado, a sua obra continuará grande.
Se você renova todos os dias, incansável e gratuitamente, o seu amor às pessoas, e elas não são gratas a isso, não fique triste, pois também o sol nasce todos os dias, gratuitamente, e a maioria não repara nisso.
Todos os dias ele dá um grande espetáculo ao nascer, mas a maioria da plateia está dormindo e não pode aplaudi-lo".
Precisamos criar em torno de nós um ambiente feliz e alegre, expulsando dele, decididamente, o mau humor, a lamentação, a acusação dos outros, etc. Especialmente o lar deve ser um lugar onde os filhos respirem um “oxigênio” puro, e gostem dele.
Os psicólogos hoje advertem que muitos jovens são levados às drogas, fogem de casa por não suportarem o ambiente de brigas, confusões e tristezas.
Alguém me contou esta história:
"Um homem chegou em casa naquela noite, trazendo o mau humor que o caracterizava há alguns meses.
Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades, que ele se transformara em um ser amargo, triste, mal-humorado.
Colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu. Deteve o passo e pôde ouvir a voz do filho de seus quatro anos de idade:
– Mamãe, por que papai está sempre triste?
– Não sei, amor, respondeu a mãe, com paciência. Ele deve estar preocupado com seus negócios.
O homem parou, sem coragem de entrar e continuou ouvindo:
– Que são negócios, mamãe?
– São as lutas da vida, filho. Houve uma pequena pausa e depois, a voz infantil se fez ouvir outra vez:
– Papai fica alegre nos negócios?
– Fica, sim, respondeu a mãe.
– Mas, então, por que ele fica triste em casa?
Sensibilizado, o pai pôde ouvir a esposa explicar ao pequenino:
– Nas lutas de cada dia, meu filho, seu pai deve sempre demonstrar contentamento. Deve ser alegre para agradar ao chefe da repartição e aos clientes. É importante para o trabalho dele. Mas, quando ele volta para casa, ele traz muitas preocupações. Se fora de casa, precisa cuidar para não ferir os outros, e mostrar alegria, gentileza, não acontece o mesmo em casa. Aqui é o lar, meu filho, onde ele está com o direito de não esconder o seu cansaço, as suas preocupações.
A criança pareceu escutar atenta e depois, suspirando, como se tivesse pensado por longo tempo, desabafou:
– Que pena, hein, mãe? Eu gostaria tanto de ter um pai feliz, ao menos de vez em quando. Gostaria que ele chegasse em casa e me pegasse no colo, brincasse comigo. Sorrisse para mim. Eu gostaria tanto...
Naquele momento, o homem pareceu sentir as pernas bambearem. Um líquido estranho lhe escorreu dos olhos e ele se descobriu chorando.
– Meu Deus, pensou, como estou maltratando minha família!
E, ainda emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o menino, abraçou-o com força e o convidou: – Filho, vamos brincar?"
Todos nós temos problemas e os teremos a vida toda.
O importante é não deixá-los nos sufocar.
Deus nos manda buscar e cultivar a alegria, mesmo nas horas difíceis:
"Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: Alegrai-vos! O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus" (Fil 4, 4-7).

(*) Prof. Felipe Aquino, casado, 05 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II.
Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias".
Saiba mais no Blog do Professor Felipe: www.cleofas.com.br - felipeaquino@cancaonova.com
- Colaboração do Irmão Samir Araújo Lemos - Loja Sete de Setembro nº 22 da GLERN

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

1932: POPULISMO ONTEM E HOJE!

1. Em 1932, Mussolini destacava-se como único líder, chefe de governo de expressão no mundo ocidental. Com formação teórica muito acima da média, poliglota, leitor de filósofos e de grandes escritores, conhecedor de historia, impressionou Emil Ludwig, escritor alemão, biógrafo de Bismarck, Napoleão e Goethe.


2. Mussolini deu absoluta privacidade, dez tardes seguidas em seu gabinete, para uma entrevista com Ludwig. Esta foi publicada e se transformou em livro logo em seguida: "Colóquios com Mussolini". Ludwig explora os conceitos do entrevistado - liderança, governo, autoridade, nacionalismo, poder, países, história, artes, atributos do líder, Estado... Mussolini passou a ser referência para outros líderes políticos. Salazar mantinha seu busto na mesa de trabalho. Getúlio usou na "Constituição" de 1937 o conceito de Parlamento corporativo num governo autoritário.
3. Mussolini mitificava a ação, mas refletia e cristalizava seus conceitos. Esses, difundidos, formaram e formam gerações de lideranças populistas-autoritárias, com ou sem consciência da escola de influências que receberam. Com a ascensão do populismo autoritário na América Latina, cumpre ir a essas raízes, até para que esses saibam de que fonte vem a água que bebem.
4. Diz Mussolini que, "para governar as massas, temos que usar duas rédeas: o entusiasmo e o interesse. Confiar em uma só é estar em perigo. O lado místico e o lado político estão subordinados um ao outro. Este sem aquele se torna árido. Aquele sem este se desfolha ao vento das bandeiras".
5. Numa afirmação, desnuda a base do populismo: "A massa não deve saber, mas crer. Só a fé remove montanhas. O raciocínio não. Este é um instrumento, mas jamais motor da multidão". Sobre sua relação direta com as massas, diz: "Deve-se dominar as massas como um artista domina sua arte". E ensina: "Deve-se ir do místico ao político, da epopeia à prosa".
6. É nessa entrevista que Mussolini usa uma frase que marcou seu machismo: "A multidão adora homens fortes. A multidão é feminina". Ludwig, vendo sua chegada ao balcão de seu gabinete no palácio Veneza para saudar a multidão, comenta: "No balcão, olhando as massas, ele tem o ar de autor dramático, que chega ao teatro e vê os atores impacientes para o ensaio".
7. Mussolini segue: "Cumpre tirar dos altares sua santidade, o povo. A multidão não revela segredos. Quando não é organizada, a massa é um rebanho de ovelhas. Nego que ela possa se reger por si só". Ludwig registra o que ele ensina e que deveria servir ao mesmo Mussolini e a tantos outros, especialmente os de aqui e agora: Veja só o que Brunsen disse de Bismarck: “Tornou a Alemanha grande e os alemães pequenos”.
(*) - Coluna de Cesar Maia no jornal Folha de São Paulo (06.11.2010)
- Colaboração do Ir.: Sam Revoredo

domingo, 31 de outubro de 2010

REVISTA “ARTE REAL” - 30.10.2010




EDITORIAL - Ir.: Francisco Feitosa *

Passadas as eleições e a grande expectativa de se saber quem lograria o sufrágio dos eleitores, tornando-se o nosso dirigente maior, evocamos as bênçãos do GADU no sentido de orientá-lo (a) na condução de seu governo e no destino de nossa nação, pátria do Avatara da Era de Aquarius!
Está em voga comentar que nossa Sacrossanta Instituição anda, há muito, distante das decisões políticas do país. De fato, já há quase um século, desde o “Estado Novo”, que não percebemos a participação direta da Maçonaria no cenário sócio-político brasileiro.

Refugiamo-nos em nossos Templos e passamos a assistir à “Nau Brasil” a navegar à sorte das ondas, por mares revoltos e infestados de tubarões.

Proibiu-se a discussão política e religiosa em nossos Templos. De benfeitores da humanidade, tornamo-nos omissos espectadores dos problemas de nosso povo. Perdemos o poder de interferir como instituição e nos reduzimos a protestos estéreis de alguns Irmãos que, vagamente, lembram-nos a fibra dos ilustres Maçons do passado.

Em verdade, quando da chegada da Maçonaria ao Brasil, por volta das primeiras décadas do século XIX, havia, apenas, dois movimentos: o monarquista e o antimonarquista, encabeçados por Bonifácio e Lêdo, embora ambos tivessem o mesmo ideal: a Independência do Brasil. Hoje, a realidade é bem outra. Temos um pluripartidarismo, com o absurdo de 27 partidos políticos. Bem mais agravante, nossa Ordem, banhada pela vaidade de seus dirigentes, encontra-se fragmentada em uma infinidade, cada vez maior, de “potências”, se é que a palavra, etimologicamente, pode definir assim. Cada “potência”, que nasce, dilacera e mata, um pouco mais, a nossa Ordem, contrariando o dito popular, “a união faz a força”.

Neste pleito, foram eleitos alguns Maçons, reeleitos outros, mas, ainda assim, não temos uma expressiva Bancada Maçônica. Assistimos, com tristeza, a cada eleição, dentro de uma mesma “potência”, a vários candidatos disputando o mesmo cargo, uma demonstração de individualismo, desorganização e descomprometimento com a coletividade.
Se pudéssemos aviar uma receita para essa doença (vaidade), indicaríamos a leitura diária, pela manhã, do livro bíblico Eclesiastes (Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!).

De certo, recolhidos em nossos Templos, pelo menos, da ritualística, estamos cuidando direito! Ledo engano! O que vemos, em muitas Lojas, é uma total profanação, por falta de conhecimento e consciência do que seja uma Escola Iniciática, tornando-as “clubes de serviços”, para atender interesses pessoais de alguns.

Os cargos de Vigilantes, que têm como principal função ministrar as instruções, viraram trampolins para se chegar ao Veneralato. Não mais se aplicam, aos Aprendizes e Companheiros, as instruções, são, apenas, lidas, e, diga-se de passagem, mal-lidas, desrespeitando-se pontuação e prejudicando a compreensão do seu conteúdo. Mal se cobram os Trabalhos para ascender aos Graus. Chegando-se ao Mestrado, diz-se que se atingiu a plenitude dos direitos maçônicos e não mais é preciso estudar ou apresentar Peça de Arquitetura.
Lamentavelmente, tais Mestres serão os guias de novos Aprendizes e Companheiros, cegos guiando cegos à beira de um precipício.
Em se falando de Mestre, mas, agora, de fato e de direito, prestamos nossa singela homenagem ao “Velho Mestre”, nosso querido Raimundo Rodrigues, articulista de nossa Revista, que nos deixou no dia 03 de outubro. O GADU o chamou, deixando-nos saudosos e carentes. Esses expoentes da cultura maçônica têm partido tristes, embora com a certeza do dever cumprido, por terem, muitas vezes, “jogado pérolas aos porcos”. Siga em paz sua vereda, “Velho Mestre”, pois, em vida, fez-se imortal, através de suas belas Obras.

Que este Editorial sirva para refletirmos sobre o que responder quando nos perguntarem: “Que vimos fazer aqui?” Dentro desse escopo, como Matéria de Capa, apresentamos o texto “Resgatando o Saber das Antigas Escolas de Mistérios”, publicado no site da Sociedade Teosófica. Dentro do mesmo objetivo, destacamos a sinopse do trabalho “Os Doze Trabalhos de Hércules e a Evolução da Alma” (o texto completo está disponibilizado em nosso site, para download), de autoria de nosso Irmão Alfredo Roberto Netto, reforçando, com excelência, a importância de melhor entendermos nosso papel como Iniciados Maçons.

Conheçamos a história da Antiga Ordem dos Jardineiros Livres, matéria de autoria do Irmão que assina com o pseudônimo de Deldebbio. Tal Ordem possuía incrível semelhança com a nossa em seus símbolos e paramentos.

Depois de sua chegada ao Brasil, em maio de 2009, no Rio Grande do Sul, será criada, neste mês de novembro, em Mato Grosso do Sul, mais uma Loja da Shriner Internacional, uma Ordem Filantrópica Paramaçônica. Portanto, para o deleite de nossos leitores, a coluna Ordens ParaMaçônicas, traz a matéria “Antiga Ordem Arábica de Nobres do Santuário Místico”, apresentando a Ordem Shriner Internacional.

Certos de que estamos contribuindo, positivamente, através da informação séria e da conscientização de nossos diletos leitores, para que nossa Ordem volte ao patamar de comprometimento de outrora, com o objetivo, de fato, de fazer feliz a humanidade, continuaremos, denodadamente, imbuído de nossa altruística tarefa de levar a cultura maçônica ao seio das Lojas, estimulando o estudo e a pesquisa e valorizando o Quarto de Hora de Estudos.

* Editor da Revista, a qual recomendamos detida leitura, que pode ser feita através do portal: http://www.entreirmaos.net/
E-mail: feitosa@entreirmaos.net

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

ORIGEM DA MAÇONARIA ESPECULATIVA









Os estudiosos e pesquisadores maçônicos dividem a história da Maçonaria em três períodos:

Maçonaria Primitiva;

Maçonaria Operativa; e

Maçonaria Especulativa.

A Maçonaria Primitiva, ou "Pré-Maçonaria", como entende André Chedel, citado por Vanildo Senna em "Fundamentos Jurídicos da Maçonaria Especulativa", abrange todo o conhecimento herdado do passado mais remoto da humanidade até o advento da Maçonaria Operativa e, por sua vez, é dividida em nove fases sucessivas, a saber:

Mistérios Persas e Hindus;

Mistérios Egípcios;

Mistérios Gregos dos Cabires;

Mistérios Gregos de Ceres ou Demeter;

Mistérios Judaicos de Salomão;

Mistérios Gregos de Orfeu;

Mistérios Gregos de Pitágoras;

Mistérios dos Essênios; e

Mistérios Romanos.

A Maçonaria Operativa, que se estende por toda a Idade Média e a Renascença e termina com a fundação da Grande Loja de Londres, compreende a história dos operários medievais, construtores de basílicas, catedrais, igrejas, abadias, mosteiros, conventos, palácios, castelos, torres, casas nobres, mercados e paços municipais. Por vezes protegidos pelos Papas e deles dependentes, os Maçons operativos eram essencialmente católicos.

A fundação da Grande Loja de Londres, determina, portanto, o fim da Maçonaria Operativa e marca o início do terceiro período da história da Maçonaria, a Maçonaria Especulativa ou Maçonaria dos Aceitos ou, ainda, como disse Nicola Aslan, "da Maçonaria em seu aspecto atual de associação civil, filosófica e humanitária".

Sobre a transformação da Maçonaria Operativa em Maçonaria Especulativa, diz-nos Vanildo Senna:
"A esta transformação os ingleses dão a denominação de Revival, que significa renovação, renascimento, datando-a de 1717.
O adjetivo "especulativo" só foi aplicado aos Maçons "Aceitos" em meados do século XVIII.

Esta denominação de "especulativo" era dada, no século XVII, a toda pessoa propensa à contemplação e à meditação.
O "especulativo" era o idealista e não o homem de ação ou profissional. Eram homens cultos, naturalistas, eruditos e historiadores."

Com a transformação da Maçonaria Operativa em Maçonaria Especulativa surge, no ano de 1723, a primeira Constituição Maçônica, elaborada pelo Irmão Reverendo James Anderson para uso da Grande Loja de Londres.

A partir de então a Maçonaria adotava uma forma de organização política que deveria conservar daí por diante.

Atualmente a Maçonaria Especulativa conhece dois sistemas de organização política: o Sistema Obediencial Grande Loja e o Sistema Obediencial Grande Oriente, cada um com suas características próprias que os distinguem um do outro.

O Sistema Obediencial Grande Oriente compreende as Potências ou Obediências Maçônicas Simbólicas constituídas e organizadas à forma de governo do Estado democrático em que "todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido", tendo Poder Executivo, exercido por um Grão Mestre, Poder Legislativo, representado por uma assembléia constituída de representantes das Lojas jurisdicionadas, e o Poder Judiciário, todos "distintos e harmônicos entre si".

O Sistema Obediencial Grande Loja - o mais difundido pelo orbe terrestre - engloba as Potências ou Obediências Maçônicas Simbólicas cujas constituições se moldam na forma de organização política adotada pela maçonaria inglesa; pela Grande Loja Mãe da Inglaterra.

A chefia do governo da fraternidade nas Grandes Lojas é confiado a um Grão-Mestre e os poderes legislativo, administrativo e litúrgico a uma Grande Loja ou Assembléia Geral da Fraternidade constituída pelos Veneráveis e Vigilantes das Lojas a elas jurisdicionadas.

FONTE: http://www.grandeloja-pb.org.br

domingo, 10 de outubro de 2010

LUVAS – UMA CURIOSIDADE

- Por León Zeldis *

O costume de entregar dois pares de luvas ao recém-iniciado, um para si mesmo e o outro para a mulher que mais respeita, tem uma longa tradição histórica.

Possivelmente, sua origem remonta ao século X. Uma crônica relata que, no ano 960, os monges do Monastério de São Albano, em Mogúncia, ofereciam um par de luvas ao bispo, em sua investidura.

Na oração, que se pronunciava na cerimônia da investidura, implorava-se a Deus que vestisse, com pureza, as mãos de seu servente.

Durandus de Mende (1237-1206) interpretava as luvas como símbolo de modéstia, já que as boas obras executadas com humildade devem ser mantidas em segredo. Na investidura dos reis da França, estes recebiam um par de luvas, tal como os bispos. As mãos ungidas e consagradas do rei, assim como as de um bispo, não deviam ter contato com coisas impuras. Depois da cerimônia, o Hospitalário queimava-as, para impedir que pudessem ser utilizadas para usos profanos.

No ano 1322, em Ely (cidade inglesa, onde se levanta uma grande catedral), o Sacristão comprou luvas para os maçons ocupados na "nova obra"; em 1456, no Colégio Eton, destaca-se que cinco pares de luvas foram entregues aos pedreiros que edificavam os muros, "como é obrigação por costume".

Também, há um documento que precisa que, no Colégio Canterbury, em Oxford, o Mordomo anotou, em suas contas, que "deram-se vinte “pence” como “glove Money” (dinheiro de luva) a todos os maçons ocupados na reconstrução do Colégio".

Em 1423, em York (Inglaterra) dez pares de luvas foram subministradas aos pedreiros ("setters"), com um custo total de dezoito “pence”.

Na Inglaterra, nas épocas isabelina e jacobina (1558-1625), as luvas tinham um prestígio difícil de compreender na atualidade.

Tratava-se de um artigo de luxo, possuidor de muito simbolismo, e constituíam um presente apreciado. A luva significava, então, um profundo e recíproco vínculo entre quem a dava e quem a recebia.

Em 1571, Robert Higford enviou um par de luvas à mulher de Lawrence Banister.

Em 1609, J. Beaulieu comunicou a William Trumbull: "Meu senhor deu de presente 50 “xelins” em um par de luvas ao Monsenhor Marchant como retribuição por lhe haver enviado o desenho da escala".

No Ano Novo de 1606, os músicos reais obsequiaram, cada um, um par de luvas perfumadas ao rei Jacob I.

Em 1563, o Conde de Hertford, com quem a rainha estava desgostosa, querendo congraçar-se com ela, escreveu ao Lorde Robert Dudly que desejava uma reconciliação e rogou que presenteasse à Rainha, em seu nome, um pobre par de luvas como objeto.

Luvas eram um presente costumeiro no Ano Novo, às vezes, substituído pelo "dinheiro de luva". Do mesmo modo, as luvas constituíam um obséquio tradicional dos apaixonados às suas prometidas.

Na obra de Shakespeare (filho de um luveiro) “Much Ado about Nothing” (Muito barulho por nada), a personagem feminina Firo declara: "estas luvas, que o conde me envia, são um excelente perfume" (Ato III, cena 4). O palhaço, no “The Winter's Tale” (Conto de Inverno), declara: "se não estivesse apaixonado pela Mopsa, não deverias tomar meu dinheiro, mas, estando encantado como estou, estarei, também, escravizado com certas cintas e luvas” (Ato IV, cena 4). No “Henrique V”, o Rei intercambia luvas com o soldado raso Williams (Ato IV, cena 1).

Entre 1598 e 1688, em muitos documentos escoceses, menciona-se a entrega de luvas aos canteiros e pedreiros. Esses documentos se referem a maçons operativos, mas, também, em relação aos especulativos, existem documentos antiquíssimos.

Desde 1599, existem provas de que, a cada maçom, em sua iniciação, devia entregar-se o um par de luvas - que pagava de seu bolso.

O documento mais antigo nessa matéria é o chamado Estatuto Shaw, dirigido à Loja Maçônica Kilwinning em dezembro de 1599, onde se estipula que os direitos de iniciação na Loja Maçônica somavam 10 libras esterlinas escocesas, com 10 xelins para as luvas.

Documentos da Loja Maçônica de Melrose, dos anos 1674-1675, demonstram que tanto os aprendizes como os companheiros tinham que pagar direitos de ingresso "com luvas suficientes para toda a companhia ...".

Em um documento do Aberdeen, em 1670, expressase que o aprendiz deve pagar "quatro dólares reais por um avental de linho e um par de boas luvas para cada um dos irmãos".

O uso do linho em vez de couro é interessante, mas se explica por tratar-se de uma zona onde existiam numerosas tecelagens de linho.

Em 1686, Robert Plot, no The Natural History of Stafford-Shire (História Natural do Condado de Stafford), relata que era costume entre os Franco-Maçons: "admitidos na Sociedade, convoca-se uma reunião (ou Loja Maçônica, como a chamam em algumas partes), que deve consistir de, pelo menos, 5 ou 6 dos Antigos da Ordem, a quem os candidatos obsequiam com luvas, e, desse mesmo modo, a suas esposas...".

Essa é, aparentemente, a primeira menção do obséquio de um par de luvas à mulher como parte da cerimônia de iniciação. Em 1723, publicou-se o documento chamado “Exame de um Maçom” no periódico londrino “O Correio Volante”, que começa assim: "Quando é recebido um novo Franco-maçom, depois de ter entregue a todos os presentes um par de luvas para homem e um par para mulheres e um avental de couro...".

Posteriormente, isso se transformou em uma tradição em todas as iniciações e aparece em todos os rituais de iniciação franceses do século XVIII, embora caiba assinalar que, na Inglaterra e na Escócia, perdeu-se, paulatinamente, o costume e, desde começos do século XIX, já nem se menciona nas atas e regulamentos de lojas Maçônicas.

Em 1724, menciona-se que, na Loja Maçônica, em Dunblane, entregava-se um par de luvas e um avental a seus iniciados. Em 1754, no Haughfoot (Inglaterra), a Loja Maçônica estabeleceu: "ninguém pode entrar na Loja Maçônica sem um par de luvas para cada membro”.

Na primeira "revelação" francesa conhecida, que data de 1737, chamada Carta de Herault, destaca-se que o Aprendiz recebe, na cerimônia de iniciação, um avental de couro branco, um par de luvas para si mesmo e um par de luvas para a mulher que mais estima.

A tradição se mantém viva, especialmente, nas Lojas Maçônicas que trabalham no Rito Escocês Antigo e Aceito, embora outras, também, pratiquem o mesmo costume.

É interessante mencionar que, nos Graus Superiores do Rito Escocês, usam-se luvas de diversas cores, especialmente negra e verde, além da branca, apropriadas ao Simbolismo do Grau.

*O Autor foi o Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês do Estado de Israel, no período de 1996/98.


FONTE: Revista Arte Real - http://www.entreirmaos.net/
- Recomendamos o acesso a essa leitura, por se tratar de um trabalho sério e de grande valor para pesquisas maçônicas.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CADEIA DE UNIÃO - COLABORAÇÃO DE UM APRENDIZ

À GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO
GRANDE LOJA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
- AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA SETE DE SETEMBRO, Nº22

Natal 05 de outubro de 2010 da era vulgar.

Centro de Estudos e Pesquisas Maçônicas – CEPEMA

Tema: Cadeia de União: Texto retirado do livro “A Simbólica Maçônica” (*)

A “cadeia de união” é uma tradição que se encontra ao mesmo tempo nas Associações de Operários e na Maçonaria. Ela consiste em formar uma cadeia, dando-se mutuamente as mãos, depois de cruzados os braços.

O novel iniciado é convidado, desde sua admissão, a formar um elo dessa cadeia. Na maioria das vezes, forma-se a cadeia de união no final dos trabalhos.

Dizer que essa cadeia simboliza, escreve Plantageneta, a universalidade da Ordem e lembra a cada um que “todos os maçons, seja qual for a sua pátria, formam uma única família de irmãos espalhados pela superfície da terra” é, imagino, supérfluo.


A cadeia de união também aproxima afetivamente todos os corações, ao mesmo tempo em que reanima nas consciências o sentimento de solidariedade que nos une e a interdependência que nos liga.


Podemos fazer essa experiência, e não há dúvida de que quem participa conscientemente, e sem reticências, da cadeia ritual, sente - na falta de uma transmissão correta do vizinho – os efeitos sugestivos e reconfortantes.


Foi, portanto, intencionalmente que essa cerimônia foi introduzida no ritual. Ela parece preparar de um modo feliz um ambiente propício para fazer do encerramento dos trabalhos algo mais do que uma simples formalidade.

Algumas oficinas, desprezando o valor do ritual e “mágico” da Cadeia de união, só se formam duas vezes por ano, para a comunicação das palavras semestrais.

Marius Lepage expôs excelentemente os princípios essências que fazem da cadeia de união algo mais do que um simples gesto sem importância.


Ele escreve:
“Os ritos entre outras funções essenciais, unem o visível ao invisível. Eles constituem um elo fluídico que une o corpo maçônico, constituído pelo espírito maçônico que se desprende das lojas materiais. Não deve, portanto, constituir causa de admiração ver esse espírito retirar-se pouco a pouco das lojas onde ninguém o possui mais. E a mais surpreendente das descobertas é encontrar ainda, no caos de pretensos rituais de hoje em uso, uma fagulha de fé.


“As mãos continuam entrelaçadas, mas o espírito não se comove mais com o valor e as repercussões do ato realizado.

No entanto, de todos os ritos, a cadeia de união, é, talvez, o mais importante do ponto de vista oculto quanto do ponto de vista simbólico.


E todo Venerável que se preocupa com a prosperidade material e moral de sua Loja não deveria deixar de repetir essa verdadeira “invocação” a cada assembléia.”

“O princípio da cadeia de união deve ser provavelmente procurado na teoria do ponto ou sinal de apoio”. Toda vontade que quer se manifestar, tem necessidade de um intermediário, que seja, ao mesmo tempo, uma sólida base de partida.”

O segredo da Cadeia Mágica, escreve Stanislas de Guaita, resume-se num aforismo cujos termos são os seguintes: Criar um ponto fixo onde se possa tomar apoio; estabelecer aí um cadeia psicodinâmica; e, desse ponto, escolhido como centro, fazer brilhar através do mundo a luz astral, fortalecida por uma vontade nitidamente definida e formulada.


Ao mesmo tempo criadora e receptiva, a cadeia de união representa junto ao maçom o duplo papel de escudo protetor e de aparelho receptor de influências benéficas.

Toda coletividade, toda associação tem o seu correspondente nos mundos invisíveis. O espírito de um grupo é um ser vivo mais poderoso, salvo raras exceções, que cada uma das pessoas que o compõe.


Além do mais, o Egrégoro (ou Egrégora), para designá-lo pelo nome que lhe é atribuído comumente, tende a diminuir sua autoridade e aumentar seu domínio à expensa do Egrégoro vizinho.


Aí o indivíduo isolado, orgulhoso de sua vontade oscilante, quer entrar em luta contra a formidável força do Egrégóro. Ele logo será varrido, submergido... E o menos que lhe poderá acontecer é ver desabar sobre ele os males materiais mais variados, sem que ele consiga se defender.

Quantas cadeias de ódio são assim tramadas no invisível contra os Maçons por seus adversários ignorantes ou de má fé!

Para resistir a esses ataques, também temos que formar nossa cadeia, tomando sempre o cuidado de não responder ao ódio com ódio, porque os dois Egrégoros celebrariam uma forte ameaça para nosso maior dano.


Algumas questões de ordem ritual podem ser colocadas quanto à formação da cadeia de união.

Por que cruzar os braços sobre o peito, e não darem-se as mãos, simplesmente, como crianças brincando de roda?


Nosso modo de proceder, aproximando os corpos e comprimindo o peito, parece facilitar a concentração da vontade necessária à elaboração de uma cadeia eficaz.

Um irmão partidário das lojas mistas queria que, ao formar nossa Cadeia, se alternassem as malhas, masculinas e femininas.

Isso é o mesmo que dizer que toda Cadeia formada por indivíduos do mesmo sexo seria menos eficaz do que as Cadeias eventualmente bissexuadas.


A prática nos revela que não é nada disso, e a teoria confirma a prática. Com efeito, trata-se no caso de uma ação de inteligência e de vontade, e não de sexos.

Para atingir o máximo, escreve ainda Stanislas Guaïta, é preciso agrupar certo número de elementos negativos – inteligências mais intuitivas e reflexivas do que expansivas e espontâneas – sob a predominância de um elemento absolutamente positivo, isto é, sob o influxo de um homem rico de qualidade de organização, acrescidas de uma vontade enérgica e dominadora.


É então que, perfeitamente disposta, a bateria psicofluídica fornece seu máximo de rendimento. Pois os pensamentos, mesmo os mais rudimentares, as reminiscências, fossem elas as mais vagas, que povoavam nebulosamente os cérebros negativos, se desenvolvem e se tornam claros – que é o que se quer – sob a reação do espírito positivo.


É aqui que se manifesta em toda a sua força, diz Marius Lepage, o papel unificador do Venerável, daquele que dirige Oficina, da qual é a emanação e a síntese.


Entre ele e os irmãos, estabelece-se uma dupla corrente, e suas forças são duplicadas para, depois, serem usadas da melhor forma, segundo os interesses espirituais da Ordem em geral e dos membros da Loja em particular.

Contudo, parece possível afirmar que nenhuma Loja, hoje, pode formar uma cadeia de união eficiente.


Todavia, nunca insistiríamos bastante com os Veneráveis para que restabeleçam, onde puderem, o rito tradicional da Cadeia de União no fim de cada assembleia.


Quando, com as mãos juntas, o Venerável, antes de encerrar os trabalhos, evoca a união de todos os Maçons, quando ele invoca sobre todos os irmãos à descida do verdadeiro espírito maçônico, parece que um sopro mais puro perpassa pela atmosfera da Loja.

Esse é o motivo pelo qual seria de desejar e seria necessário que cada Oficina terminasse seus trabalhos por uma Cadeia de União, concentrando-se sobre uma única ideia relacionada com o ideal Maçônico.

Bibliografia: SIMBÓLICA MAÇONICA: OU A ARTE REAL REEDITADA - Por JULES BOUCHER (editora Pensamento) disponível em:
http://books.google.com.br/books?id=su0- 1HAZLDoC&pg=PA355&dq=A+cadeia+de+uni%C3%A3o&hl=pt-BR&ei=cCKqTISsCsP88Aait_iRDQ&sa=X&oi=book_result&ct=book- thumbnail&resnum=1&ved=0CC8Q6wEwAA#v=onepage&q=A%20cadeia%20de%20uni%C3%A3o&f=false

(*) - Título Original: La Simbolique maçonnique, Paris 1948/1979;

Um forte e fraternal abraço a todos!
Contribuição do Ir. Ap .’. M .’. Samir Lemos

domingo, 3 de outubro de 2010

CEPEMA NA 3ª FEIRA, 05.10

O Centro de Estudos e Pesquisas Maçônicas - CEPEMA - voltará a se reunir na próxima 3ª feira, a partir das 19h30min, na Secretaria da Loja.

O tema a ser estudado será "CADEIA DE UNIÃO", assunto muito importante e sobre o qual muitos Irmãos, certamente, desconhecem ou esqueceram alguns detalhes. Vamos revivê-los então.
O conhecimento humano em geral, e maçônico em particular, é um privilégio de todos nós; acreditamos que devemos, permanentemente, buscá-lo, pois a nossa Ordem a isso nos incentiva.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

MAÇONARIA RECUSOU CONVITE DO SENADO!

Eis o teor do ofício encaminhado pelo Sereníssimo Grão Mestre do Grande Oriente Paulista ao Senador Mozarildo Cavalcanti quando do convite para participação em Sessão de Homenagem à Maçonaria Brasileira no Senado Federal:

São Paulo, 17 de agosto de 2009.
Ofício GM – 041/2009
Ao Exmo. Senador Mozarildo Cavalcanti
Senado Federal – Anexo II – Ala Senador Ruy Carneiro – Gabinete 3.
CEP: 70.165-900 - Brasília – DF
Assunto: Sessão Homenagem à Maçonaria Brasileira
“Prezado Irmão Senador Mozarildo Cavalcanti”:
Agradecemos o honroso convite para participação na Sessão do próximo dia 20, “em homenagem à Maçonaria Brasileira”.
Decidimos NÃO comparecer, não obstante o convite tenha partido de um querido e valoroso irmão, que merece de nossa parte todo respeito e admiração, registrando que nos últimos 6 anos, sempre, estivemos presentes, sempre...
Parece-nos que a “melhor” homenagem que o Senado poderia, neste momento, prestar à “Maçonaria”, seria POR UM FIM URGENTE a todos os “Escândalos” que chegam ao conhecimento do sofrido povo brasileiro.
Não acreditamos nos “denunciantes” e muito menos nos “denunciados”.
O “denunciante” de hoje, é o “denunciado” de amanhã!!!
O povo brasileiro sofre!
O eleitor brasileiro tem que ser conscientizado de que ele “é o culpado” de ter “dado” mandato a quem não honrou o seu voto.
A única “arma” de que dispomos, é o nosso voto, e, como MAÇOM passo a defender que o povo eleitor tem de exercer o direito do voto, de forma absolutamente consciente, lembrando, sempre, daqueles que frustraram os seus sonhos legítimos e lhes impingiram AGRURAS E SOFRIMENTOS, FOME, MISÉRIA, FALTA DE CULTURA, FALTA DE EDUCAÇÃO, FALTA DE SEGURANÇA, FALTA DE SAÚDE, e FALTA DE VERGONHA! - principalmente - para NUNCA MAIS votar nessa pessoa.
Agradeço, respeitosamente o Convite, MAS, NÃO PARTICIPAREI: NÃO COMPARECEREI.
Atenciosamente,
José Maria Dias Neto
Grão Mestre do Grande Oriente Paulista

sábado, 4 de setembro de 2010

ANIVERSÁRIO DA NOSSA LOJA


Será em pleno feriado nacional que dá nome à nossa Loja, portanto,
na próxima
3ª feira,
a partir das 8 horas da manhã, que os Irmãos do Quadro, respectivas famílias e convidados estarão comemorando a data natalícia da Oficina.
O local é especial, pois o Clube da Associação dos Funcionários da Universidade Federal do RN - AFURN, tem todos os ingredientes para proporcionar horas de lazer, descontração e confraternização numa localização privilegiada - vejam nas fotos.
Fazemos um agradecimento especial à Diretoria da AFURN pela cessão do excelente espaço de que dispõem.

Vamos todos à festa! Até lá!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

CADEIA DE UNIÃO - POEMA


A CADEIA DE UNIÃO

Poema escrito pelo Ir.'. Adauto Barreto Nen
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Braço direito sobre o esquerdo colocado,

Mãos enlaçadas com firmeza e com amor;

Corpo em coluna retamente transformado,

Torno-me um elo da Cadeia do Esplendor.


Está formada a Cadeia

Da nossa união fraternal,

E o amor noss’alma incendeia

No concerto universal.


Meu pensamento se ergue vivo como a chama

Do altar da Fé que prende o Irmão a cada Irmão;

E, no infinito, como benção, se derrama

A luz do amor que enche de paz o coração.


Fortes, unidos, paladinos da Verdade,

Agora e sempre conservemos a esperança

De que haverá, para os Irmãos, Fraternidade,

Saúde, e mais, Sabedoria e Segurança.


Encho a minh’alma dos mais puros sentimentos;

Sinto que o Irmão, junto de mim, também o faz.

E este poder que sai dos meus pensamentos

Produz Amor, gera Harmonia e forma a Paz.

Fonte: Grupo e Portal Maçônico Internacional MESTRE-MAESTRO MAÇONARIA DO BRASIL: PELA SOBERANIA DE NOSSA PÁTRIAvisite: http://www.mestremaestro.com/

GLUSA - Grande Loja Unida Sul Americana - http://www.glusa.org/

Se Perguntarem: QUANTOS SOIS VÓS? - Respondereis: SOMOS UM SÓ.

domingo, 29 de agosto de 2010

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA E O BALAÚSTRE 67

Por Francisco Feitosa

Na edição de nº 7 de nossa Revista “Arte Real”, lançada em setembro de 2007, publicamos uma matéria de minha lavra, intitulada “Despertai, Farroupilhas! Despertai!”, um caloroso chamamento ao leitor, elucidando-lhe quanto à origem da mais duradoura Revolução, que a história brasileira já conheceu.

Para tanto, utilizamo-nos da compilação de um parágrafo do famoso “Balaústre 67”.
Também, na oportunidade, enfatizamos o que, e como foi motivada a Revolta dos Farrapos, fazendo analogia com o caótico momento atual que estamos atravessando, principalmente, no meio político, razão de escolhermos esse título.

Afinal, esse tem sido nosso papel: informar com responsabilidade e conscientizar a quem nos acolhe, carinhosamente, a cada edição, nos mais diversos assuntos.

Posteriormente, tivemos acesso, através da Lista de Discussão Maçônica Mestre-Maestro, a uma mensagem de parte do nosso Irmão Dante Cezar Melo Rostirola - Ministro da Cultura e Propaganda do GORGS - filiado às Lojas Simbólicas Inconfidência e Inconfidência II, de São Leopoldo, e meu Confrade na Loja de Pesquisas Francisco Xavier Ferreira, de Porto Alegre, explicitando a origem do famoso Balaústre 67, da Loja Maçônica Philantropia e Liberdade, do Oriente de Porto Alegre-RS, datado, de 18 de setembro de 1835, no qual foram, supostamente, relatados os preparativos para a Revolta, levada a efeito dois dias após.

Segundo nosso Irmão Dante Rostirola, esse Balaústre foi uma composição fictícia do Irmão Dante Bósio, para uma palestra, proferida por ele no Oriente de Camaquã, RS, nos festejos da Semana Farroupilha, há cerca de 15 anos.

A palestra, contendo a inserção nela do Balaústre, imaginado pelo Irmão Bósio, que, na ocasião, chamou a atenção da plateia, iniciando sua fala, mais ou menos assim: "Imaginem o que poderia ter acontecido, se houvesse uma Ata registrando os primórdios da Revolução Farroupilha...".

O original dessa palestra ficou em poder da Loja anfitriã e, segundo nosso Irmão Rostirola, depois de algum tempo, outro Irmão, que editava um Jornal Maçônico, no Rio Grande do Sul, publicou o dito Balaústre em seu jornal, com algumas inserções, ainda mais cavalheirescas, e a estória passou a ser história.

Esse assunto incomoda, até hoje, o Irmão Dante Bósio, atualmente, já bem velhinho e adoentado, que, ainda, guarda uma cópia da referida palestra e da Ata para quem quiser ver, pois é um Maçom de grande conhecimento e teve a melhor das boas intenções, quando a imaginou.

Nosso Irmão Rostirola, assim que teve conhecimento do fato, há cerca de 10 anos, procurou o Irmão Bósio, que, na oportunidade, mostrou-lhe, em cópia carbono, a Palestra apresentada, pois o original, como já foi dito, ficou na Loja Maçônica, existente no Oriente de Camaquã.

Observamos que, se o Rito, praticado na época fosse o Adhonhiramita, ao convertermos sua data para o calendário maçônico vigente, de então, que iniciava, com relação ao calendário gregoriano, no dia 21 de cada mês, encontraremos o vigésimo quarto dia do mês de Elul de 5.835.

Caso o Rito praticado fosse o Francês ou Moderno, iniciando no dia 1º, ainda assim, o mês não corresponderia ao de mês de Tishrei, ou Tirsi, como foi escrito pelo autor, pois o calendário hebraico civil inicia-se no “Rosh Hashaná” (cabeça do ano), após a Lua Nova, que somente ocorreu, naquele ano, no dia 24 de setembro, portanto o mês, ainda, seria Elul e não Tishrei.

Notamos, aqui, um erro de interpretação, lembrando o que ocasionou a escolha do Dia do Maçom em 20 de agosto, quando os Irmãos queriam fazer alusão à mesma data da 14ª Assembléia Geral do GOB, 20º dia do sexto mês (9 de setembro), quando foi proclamada a Independência do Brasil em um Templo Maçônico, mas isso é outro assunto.

Na verdade, a montagem desse Balaústre foi, apenas, para abrilhantar a palestra do valoroso Irmão Dante Bósio, sem a menor intenção de forjar sua autenticidade, fazendo questão de enfatizar esse particular na abertura de sua fala.

O Balaústre original daquela memorável Sessão, de cuja existência não sabemos, talvez, tenha sido extraviado ou sucumbido às chamas, no incêndio do galpão do GOB, quando diversos documentos históricos foram destruídos.

Enfim, um conto, a que somado um ponto, acabou virando história e paradigma da atuação maçônica naquelas escaramuças entre os fazendeiros gaúchos e o governo de então, virando uma revolução e, mais tarde, quando os positivistas precisavam de exemplos contundentes para basear suas ideias modificadoras, uma guerra: a Guerra dos Farrapos.

Einstein já dizia que é mais fácil quebrar o átomo do que um paradigma. E, aqui entre nós, esse é o mais puro exemplo disso: o Balaústre 67.

Há uma década, esse fictício Balaústre circula no meio maçônico. Rostirola, afirma, assim como a Revista Arte Real, que não quer, com isso, menosprezar a atuação maçônica naquele episódio importantíssimo da história do Brasil e, muito menos, desestimular os Irmãos que tomam as linhas, contidas naquela Ata, como guia de sua atuação. Sua intenção, como amante da verdade, é, apenas, colocar à luz da razão esse assunto.

Nosso Irmão Rostirola, afirma, ainda: “Devemos, pois, saber que, também, de uma lenda, de uma estória, poderemos extrair virtuosos ensinamentos para as nossas vidas“.

Parabenizamos nossos Irmãos do passado e miramo-nos em seus exemplos de luta, determinação e restauração dos direitos e da justiça sociais, tão menosprezados por nossos políticos.

Aproveitamos a oportunidade, em que o país submerge em espessa camada de lama, fazendo eco ao chamamento dos Irmãos da Maçonaria Gaúcha, para o protesto contra a corrupção e o descaso de nossos políticos, intitulado “Essa é a Hora – Faça a Sua Parte!”, convocando a população a criar uma corrente de ação nacional, a fim de que, no dia 07 de setembro vindouro, às 17h, una-se em uma Paralisação Nacional.

Não fiquemos às margens como espectadores, e, sim, engajemo-nos nesse protesto contra a total desmoralização política em que se amortalha nosso Brasil.

Miremos o belo exemplo de nossos Irmãos Farroupilhas e mostremos nossa indignação! http://www.estaeahora.cjb.net/
Despertai, povo brasileiro! Despertai, Maçonaria! Despertai Farroupilhas! Res Non Verba!

Para aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer o fictício e poético Balaústre 67, transcrevemo-lo abaixo, na íntegra, e solicitamos que, antes de repassá-lo aos Irmãos, informem que se trata, apenas, de uma bela Peça de Arquitetura, o que, em nada, desmerece o original, muito menos a bravura de nossos valorosos Irmãos farroupilhas:

“Aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 de E\V\e da 5835 V\L\, reunidos em sua sede, situada na Rua da Igreja, nº 67, em lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, abaixo da abóbada celeste do Zenith, aos 30º Sul e 5º de latitude da América Brasileira, no Vale de Porto Alegre, Província de São Pedro do Rio Grande, nas dependências do Gabinete de Leituras, onde funciona a Loj\ Maç\Philantropia e Liberdade, com o fim de, especificamente, traçarem as metas finais para o início do movimento revolucionário com que seus integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e a dignidade do povo Riograndense, a Sessão foi aberta pelo Ven\Mestre, Ir\ Bento Gonçalves da Silva. Registre-se, a bem da verdade, ainda, as presenças dos IIr\José Mariano de Mattos, ex-Ven\, José Gomes de Vasconcellos Jardim, Pedro Boticário, Vicente da Fontoura, Paulino da Fontoura, Antônio de Souza Neto e Domingos José de Almeida, o qual serviu como secretário e lavrou a presente Ata. Logo de início, o Ven\ Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião, de caráter extraordinário, informou a seus pares que o movimento estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida é o dia vinte de setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nessa data, todos nós, em nome do Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no país. Na ocasião, ficou acertada a tomada da capital da província pelas tropas dos IIr\Vasconcellos Jardim e Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto Vasconcellos Jardim como Onofre Pires, ao serem informados, responderam que estariam a postos, aguardando o momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Ir\Vicente da Fontoura, que sugeriu o máximo cuidado, pois, certamente, o Presidente Braga seria avisado do movimento. O Tronco de Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000, contados pelo Ir\Tes\Pedro Boticário. Por proposição do Ir\José Mariano de Mattos, o Tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta da Alforria de um escravo de meia idade, no valor de 350$000, proposta aceita por unanimidade. Foi realizada poderosa Cadeia de União, em que, pela justiça e grandeza da causa, pois, em nome do povo Riograndense, lutariam pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pediam a força e a proteção do G\A\D\U\ para todos os IIr\e seus companheiros que iriam participar das contendas. Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Ven\Mestre que todos deveriam confiar nas LL\ do G\A\D\U\. Como ninguém mais quisesse fazer uso da palavra, eu, Domingos José de Almeida, Secretário, tracei o presente Balaústre, a fim de que a história, através dos tempos, possa registrar que um grupo de maçons, homens livres e de bons costumes, empenhou-se com o risco da própria vida, em restabelecer o reconhecimento dos direitos dessa abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo Sul de nossa querida Pátria. Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da E\V\, 18º dia do sexto mês, Tirsi, da V\L\ do ano de 5835. Ir\Domingos José de Almeida – Secretário”.
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VERÁ UM BELO TRABALHO DESENVOLVIDO PELO IRMÃO
FRANCISCO FEITOSA.
BOA LEITURA!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SEGREDOS

OS SEGREDOS PROFANOS E O SEGREDO MAÇÓNICO

Por CARLOS MORAIS DOS SANTOS
M.:M.:, Gº25, Obr.: honorário e efectivo da R.:L.: ACÁCIA, Or.: de Lisboa -
do Grande Oriente Lusitano

O que poderemos dizer acerca do que é o Segredo? Os Segredos?
Como os poderemos definir? Aos segredos profanos e ao “Segredo Maçónico”?
A palavra Segredo encerra nela própria e desde logo, um significado de Mistério. De facto, todo o segredo encerra um mistério que é coisa ou conhecimento oculto a que só alguém ou algumas pessoas têm acesso.

Ora, todo o conhecimento oferece um poder a quem o detém sobre quem não o possui e essa faculdade pode ser exercida perversamente, egoisticamente, de forma negativa. Portanto, nestes casos, o poder do conhecimento corrompe. Mas esse poder do conhecimento pode ser também exercido justamente, altruisticamente, de forma positiva e, nestes outros casos, o poder do conhecimento eleva quem o possui e o usa e o oferece generosamente aos outros.

Compulsando o Grande Dicionário da Língua Portuguesa de José Pedro Machado, encontramos as seguintes significações de segredo:
Coisa ou circunstância que se oculta a outros,
Facto sobre o qual se guarda rigoroso silêncio não o comunicando a terceira pessoa,
Causa oculta de que se faz mistério,
Sentimento íntimo que não se comunica a outrem,
Silêncio ou discrição sobre uma coisa que nos foi confiada ou que se confiou a outrem.

Quanto às definições profanas de segredos, podemos referir algumas das mais comuns :
Segredo Profissional: Referindo-se a factos ou assuntos de que alguém tem conhecimento no exercício da sua profissão e de que, por razões éticas ou morais não pode divulgar, mesmo em processo de justiça na fase de instrução do mesmo.
Segredo de Justiça: Que proíbe a divulgação do que se passa sobre um processo de justiça na fase de instrução do mesmo.
Segredo de Estado: Referindo-se a assuntos que interessam à segurança, honra ou brio da nação e que é expressamente proibida a sua divulgação.
Segredo Político: Também referido com o segredo de Estado, mas que pode apenas circunscrever-se no seio de uma organização política ideológica-partidária em determinadas circunstâncias e momentos de luta política.
Segredo Militar: Refere-se a assuntos cuja divulgação pode prejudicar os Planos Estratégicos de um exército ou parte dos comandos de um exército, afectando a segurança da nação ou de um momento de conflito bélico.
Segredo das Consciências: O que há de mais oculto na mente e no íntimo da alma e que não se admite seja violado.
Segredo do Coração: O que se refere com os sentimentos e emoções ocultas no coração humano que se pretende ocultar e defender da curiosidade alheia, por pudor, ou por razões de defesa da intimidade e dos preconceitos.
Segredo de Polichinelo: O falso segredo que toda a gente conhece.

O Segredo é um privilégio do saber e um sinal ou forma de participação no poder.
O segredo está ligado à ideia de tesouro e tem os seus guardiães.
Aqueles que são capazes, sem desfalecimentos ou fraquezas, de guardar os seus segredos adquirem uma força e um poder incomparáveis que lhes conferem sentimentos de sã superioridade por serem eleitos ou escolhidos.

Para os Alquimistas o Segredo dos Segredos é a arte de trabalhar a “Pedra da Sabedoria”, a “Pedra Filosofal” que revelaria todos os Saberes.

Para os Esoteristas a não divulgação dos Segredos assenta na ideia de que os não iniciados não estão preparados para acolher bem os Segredos, porque não os compreendem através da sua cultura profana e, por isso, podem desfigurar o sentido profundo desses Segredos. Não se podem, portanto, oferecer “Pedras Preciosas e Bem Trabalhadas” a quem não as pode reconhecer como tal.

O SEGREDO MAÇÓNICO
Numerosos autores já procuraram definir em que consiste o Segredo Maçónico.

Convém, primeiramente, acentuar que a Maçonaria, enquanto Ordem Iniciática de Homens e Mulheres “livres e de bons costumes”, sem distinções de raças, credos, religiões, ideologias ou culturas é, por definição, uma Organização Fechada”, mas não secreta.

Com efeito, as sociedades secretas perseguem frequentemente fins profanos, políticos ou outros, enquanto que as Organizações ou Associações Iniciáticas procuram, essencialmente, o Conhecimento e o Desenvolvimento Espiritual do Homem.

Os “Segredos” Maçónicos são frequentemente tidos pelos profanos que procuram iniciar-se na Maçonaria, como a possibilidade de acederem ao Conhecimento dos Mistérios das revelações de ordem metafísica, mas só mais tarde se apercebem que esses mistérios estão mais ligados ao ritual e ao simbolismo que envolvem todos os sentidos da elevação humana à sua condição mais nobre da Fraternidade Universal entre os homens, considerados Livres e Iguais.

O Ritual dos ágapes e as Cadeias de União têm, por exemplo, todo o sentido desse Mistério da Fraternidade, na mesma linha de significado da bela tradição do Banquete de Platão.

A Lei do Silêncio nos Maçons provem da tradição dos Pitagóricos que também se encontra em outras organizações iniciáticas, e está mais relacionada com a necessidade de se dominarem e compreenderem as linguagens dos Ritualismos e Simbolismos que servem de base à procura do Conhecimento e do Aperfeiçoamento Espiritual do ser humano, através de “degraus” de aproximação ou graus, primeiro Simbólicos e, depois, filosóficos, que através das tradições e dos Conhecimentos que vêm do passado procuram projectar a Luz e a Beleza dos Conhecimentos acumulados para o Futuro.

Estes Trabalhos perseverantes, discretos, desenvolvidos com a “Força e o Vigor” do Trabalho sobre as “pedras brutas” da ignorância e dos preconceitos, que só o Livre Pensamento pode desbastar, é prosseguido até que essas pedras fiquem “polidas e cúbicas”, isto é, livres das “arestas” da ignorância, dos erros, dos preconceitos, da intolerância.

E, tendo-se partido de “pedras brutas” diferentes entre si, se chega, pelo trabalho e pelo estudo – com “sabedoria, força e beleza” – às pedras polidas e cúbicas já aptas para se unirem – “unindo o que é diverso” - com as quais, unindo-as, se possam construir “as abóbadas perfeitas de arco inteiro” e os “Templos” da Sabedoria, da Verdade, da Justiça, da Razão e da Harmonia entre os homens.

Sem segredos não há memória nem história. Sem segredos não há conhecimento nem progresso.

O segredo é a base da solidariedade e da cumplicidade fraternal. Esses


Trabalhos precisam ser executados e desenvolvidos silenciosamente, por etapas de conhecimento e aperfeiçoamento humano, descobrindo-se os “Segredos” e revelando-se os “Mistérios” que se sentem mais do que se vêm, pois, quase sempre, apenas dizem o indizível e revelam o invisível, a partir da interioridade que vai “iluminando”, em cada Maçon, o obscurantismo ainda nele existente e, através dele e de todos os restantes Maçons e outros homens “iluminados”, se vai combatendo e vencendo, assim, as trevas desumanizadoras e retardadoras ou retrógradas do processo de aperfeiçoamento da sociedade humana.

Ora, os “Segredos” da Maçonaria, que são as tradições, os caminhos, os processos, os trabalhos maçónicos, os rituais e seus simbolismos, enfim, carecem de bases espirituais, de conhecimento de simbologia e de filosofia, as quais, através do ritualismo, devem unir todos os Maçons espalhados pela superfície da terra, numa metalinguagem universal, para só se revelarem em conhecimentos e aperfeiçoamentos pessoais aos não iniciados através já de uma linguagem comum, descodificada, profana, compreensível, essencialmente baseada nos exemplos de humanidade e de cidadania, de generosidade e amor perante as causas humanas e cívicas, que sejam capazes de gerar nos outros nossos semelhantes profanos, efeitos positivos de desejos e acções de aperfeiçoamentos humanos, pelos exemplos de vida e pelos conhecimentos reveláveis pelos Maçons.

É verdade que a Maçonaria utiliza nos seus rituais e simbologias as antigas tradições de velhas culturas e sociedades, que contêm actos e palavras que, à luz de uma linguagem não meta filosófica e não simbólica, poderão correr o risco de fazer recair sobre os Maçons interpretações profanas malévolas sobre os seus “Segredos”.


Por exemplo: palavras ou rituais antigos, aparentemente inadequados ou excessivos nos tempos modernos, porque simbólicos, sobre juramentos, provas ou “punições” em caso de quebra de valores e princípios maçónicos ou de falta de solidariedade e fraternidade entre os Maçons.

Mas nas reuniões ou assembleias da Maçonaria nenhum segredo ou mistério se deve passar que seja contrário à moral e aos bons costumes, às religiões ou à pátria, porque não são esses os segredos e os fins da Maçonaria, assim como também nada na Maçonaria pode atentar contra a consciência, o livre pensamento e a liberdade individual dos seus membros.

O carácter “Secreto e/ou Discreto” dos Maçons e dos “trabalhos” maçónicos, porque também se ocupam da luta contra a tirania, a corrupção, a injustiça e o obscurantismo, exige a protecção desses “mistérios”, em qualquer tipo de sociedade, porque essas forças negativas da sociedade humana que a maçonaria combate, se manifestam sempre em todos os tempos e em todas as sociedades e todos os sistemas políticos e, mesmo em democracia, essas forças negativas tendem a tentar infiltrar-se na Maçonaria para, a coberto do bom nome da maçonaria e dos seus altos desígnios, melhor se ocultarem e trabalharem na sombra.

Todas as melhores associações de homens bons são, e sempre foram, em todos os tempos, as mais cobiçadas e procuradas para nelas se tentarem infiltrar e se camuflarem os que, não tendo nobres virtudes, julgam que, assim, se podem beneficiar e se disfarçarem de serem quem não são.

Todavia, em todo o mundo e em muitas línguas se podem encontrar obras literárias sobre a maçonaria que revelam abertamente quase todas as concepções simbólicas, e filosóficas da maçonaria, em todos os seus graus.


Mas é bem diferente a interpretação livre que se possa retirar dessas leituras da sua revelação pública, com ou sem exibição dos rituais que se praticam no seio dos trabalhos e sessões maçónicas, dado que estes só se explicam e compreendem através do conhecimento filosófico e simbólico do caminho e prática maçónica.


Por outro lado, todo Maçon está obrigado, por juramento reiterado em cada sessão de trabalho em que participa, a não revelar a profano algum o que se passou no seio das suas sessões maçónicas, constituindo essas revelações uma falta grave a esses juramentos.

Então quais são os “Segredos e Mistérios” da Maçonaria?
Esses Segredos e Mistérios estão muito mais na vivência do pensamento e da prática desses “trabalhos rituais” que conduzem ao Aperfeiçoamento Espiritual do Homem e na condição de esse exercício maçónico ser assumido livremente, mas discretamente, pelos Maçons, defendendo-se esses conhecimentos de serem mal compreendidos por pessoas não qualificadas, ou não ainda preparadas, as quais poderão conduzir a incompreensões, actos ou situações nefastas, causadoras de mais desequilíbrios na harmonia que os Maçons buscam construir na humanidade.

Esta metafísica maçónica não pode conformar-se nem conter-se, só, no quadro das fórmulas ou lógicas meramente cartesianas e racionalistas, embora a Maçonaria procure investigar permanentemente a Luz da sabedoria, a Verdade ética e moral dos seus postulados e a Razão da justiça humanista da dimensão ontológica (Ser e Estar) dos homens e, nesse aspecto, serve-se de processos filosóficos racionalistas e positivistas.


Como em toda a manifestação espiritual do homem, mesmo nas suas relações interpessoais ou no seio das suas organizações religiosas, políticas, militares, económicas, sociais e culturais, e até profissionais, as linguagens dos simbolismos e dos ritualismos têm os seus códigos de entendimento e os seus “segredos” e “mistérios”, cujas aprendizagens, conhecimentos e significados completos e verdadeiros, são só acessíveis aos “iniciados” e “mestres” de todos as classes e profissões da sociedade humana, mas cujos “segredos” não são igualmente inteligíveis por cidadãos que não pertençam a essas classes e profissões.


Na maçonaria procura-se, através da simbologia e do ritualismo, o conhecimento abstracto, filosófico, que conduza ao aperfeiçoamento do homem enquanto SER nas suas dimensões cultural, espiritual e social, isto é, na sua humanidade, enquanto sociedade humana que deve ser convivencial, a qual deve tender para assumir o seu progresso através da compreensão e prática de sistemas de vida em comum assentes nos valores da Liberdade, Igualdade, Fraternidade.


O “Segredo Maçónico” é, enfim, na sua essência, a procura de conhecimentos que conduzam ao Aperfeiçoamento individual e colectivo e que possuem um carácter intrínseco e indivisível.


Esses “Segredos” que vão revelando a “Luz do Conhecimento” e através dele se vai abrindo o “Caminho do Sentido da Vida” que conduz ao Aperfeiçoamento Humano, é que são a essência da Iniciação.

É esta sabedoria que percorre os tempos e que ultrapassa os limites das ciências, da filosofia e das religiões, porque orienta o homem na descoberta do seu próprio SER ainda não revelado, interroga a origem, o sentido e o destino da humanidade, transcende a vivência meramente física e material e que centra a missão do homem no seu próprio aperfeiçoamento interior e na busca da sua harmonia convivencial, em equilíbrio com a natureza planetária e cósmica que habita.


No plano formal “O Segredo Maçónico” pode sintetizar-se conforme o fez o ilustre historiador Maçon Professor A.H. Oliveira Marques no seu Dicionário de Maçonaria Portuguesa:
“...Cada Maçon compromete-se solenemente, no acto da iniciação e em cada “aumento de salário”, (subida de grau) a não revelar o que se passa nas sessões do respectivo grau.”

Esta obrigação estende-se aos participantes em toda e qualquer reunião maçónica. De uma maneira geral, é vedado aos irmãos Maçons narrarem pormenores da vida maçónica e, nomeadamente, a desvendarem a qualidade de Maçon de qualquer outra pessoa sem a sua expressa autorização, à excepção de si próprios, salvo quando se tratem de Maçons já publicamente assumidos e identificados como tal.

Segundo alguns autores sobre maçonaria, como o historiador Professor A.H. Oliveira Marques, existem três tipos de segredos maçónicos:

O Segredo das Deliberações, que respeitam ao conteúdo administrativo de cada sessão e que se estende não só aos profanos mas também a todos os Maçons que nela não participem, i.e. semelhante a alguns segredos profissionais.

O Segredo dos Ritos, que respeita ao conteúdo ritualista de cada sessão (e aos seus significados) e que se estende, para alem dos profanos, a todos aqueles que pertencem a um grau inferior, para proteger a autenticidade do valor das elevações a graus superiores e das provas a que os candidatos têm de se submeter.

O Segredo da Filiação, que respeita à qualidade maçónica em si e que se estende somente aos profanos, destinando-se a proteger os Maçons contra as perseguições político – religiosas que lhes podem ser movidas, mesmo em democracia.

Porventura o carácter mais transcendente e metafísico do “Segredo” é que ele se liga sempre ao domínio do “Mistério“ e esta dimensão faz do Segredo uma concepção que só ao ser humano pertence, porque definidora da sua natureza pensante, criadora, imaginativa, transcendental, dotado de memória individual e colectiva e que pela sua vocação social procura o constante aperfeiçoamento e progresso, numa busca incessante das revelações de todos os segredos que se lhe apresentam, quer através da espiritualidade filosófica–deísta, quer através do conhecimento científico e artístico ou do pensamento racionalista -positivista que lhe abra novas fronteiras de “Novos Segredos e Mistérios”.
É a prática da “Arte Real” da Vida!

Sem segredos não há memória nem história. Sem segredos não há conhecimento nem progresso. O segredo é a base da solidariedade e da cumplicidade fraternal.

É na busca da revelação dos segredos, na sua compartilha, que a sociedade humana se organiza para compreender as partes de um todo universalista para, na sua caminhada de aperfeiçoamento, melhor “saber distinguir a árvore da floresta”, para, assim, melhor entender e saber cuidar de uma e de outra e, com a força do trabalho perseverante, a bem de todos, encontrar a luz e a beleza da sua origem e destino e, principalmente do seu “Caminho de Vida” que, como diz o grande poeta andaluz António Machado, "...caminante non ay camino, el camino se hace al andar…"

Mas o segredo dos Maçons está também na sua disponibilidade para se elevarem como seres humanos a níveis de espiritualismo, de cidadania e de conhecimento que os diferenciem como bons e justos cidadãos, empenhados na construção de uma Cidade Melhor, dispostos a lutar pelos seus valores e princípios, pela pedagogia e pelo exemplo.


Nessa caminhada os Maçons aprendem o valor do silêncio quando entregues ao estudo e à meditação, quando é preciso escutar a voz dos outros seus irmãos, nas suas diferentes posições e reflexões, aprendem a riqueza e a sabedoria de unir o que é diverso, aprendem que há um tempo e segredos maçónicos para calar para respeitar o silêncio, mas também que há um tempo e um momento para não calar, para erguer a voz e a luta pela justiça, pela verdade, pela razão, que há um tempo para dar o exemplo de os Maçons deverem estar na primeira linha de combate por um mundo melhor.


Descobrir e lutar pelo valor da Liberdade e que esta não é possível sem a conquista da Igualdade Humana, e que ambas só se realizam na prática da Fraternidade - que é a solidariedade com amor - é que é o grande sentido da vida que não se esgota apenas numa consideração do humano mas se completa no respeito e na procura do amor e do equilíbrio harmonioso com todo o ecossistema planetário e sideral do universo, em todas as suas formas de vida aparente ou não aparente, conhecidas ou ainda por conhecer.

Este é o “grande segredo e o grande mistério da vida”, e é no quadro deste maior segredo que a maçonaria e os Maçons buscam a revelação dos “segredos” do seu próprio aperfeiçoamento enquanto Seres Humanos Aperfeiçoáveis, os segredos que os iluminem na “construção de um templo” de uma humanidade fraternal que aprenda e apreenda o verdadeiro sentido humanista da vida.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

NÃO SEJA MAÇOM!

Se quiser descanso não seja maçom, pois o trabalho do maçom deve ser contínuo.

Se quiser ser beneficiado, não seja maçom, pois o maçom deve primeiro promover benefícios em prol de outros.

Se quiser paz não seja maçom, pois o maçom deve estar em guerra constante contra os vícios.

Se for egoísta não seja maçom, pois, para o maçom, compartilhar deve ser um hábito.

Se apenas pensas em si mesmo não seja maçom, pois pensar apenas em si mesmo é inviável, e o maçom deve pensar e agir para todos.

Se desejar enriquecer não seja maçom, pois o patrimônio de um maçom não é avaliado pelos seus bens, mas sim pelas suas atitudes.

Se for arrogante nunca seja um maçom, pois a humildade deve ser uma virtude constante, demonstrada em todos os momentos.

Se for demasiadamente religioso não seja maçom, pois o maçom deve ser tolerante em suas diferenças religiosas.

Se não crê em Deus esqueça, não há como ser maçom, pois os maçons nada fazem sem antes O invocarem.

Se gostar da luxúria que o mundo proporciona não seja maçom, pois os maçons devem ignorá-las, uma vez que são temporárias.

Se, simplesmente, faz parte de algo não seja maçom, pois o maçom não pode só fazer parte, deve trabalhar para fazer a diferença.

Se quiser ser maçom não tente ser o pior nem o melhor, seja apenas você mesmo.

Se for arrogante não seja maçom, pois o desprezo está em sintoma de maldade e a maldade é a principal inimiga do maçom.

Se for omisso não seja maçom, pois a iniciativa deve ser notável em um maçom.

Se for preconceituoso não seja maçom, pois a igualdade deve ser um pilar marcante na vida do maçom.

MAÇONS... SINTAM-SE PARABENIZADOS!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

DIA DO MAÇON NO RN

Este ano a data será devidamente comemorada na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, às 20 horas, no próprio dia 20.08, ocasião em que a Grande Loja do Estado do RN homenageará diversas personalidades que muito contribuíram para o engrandecimento da Maçonaria Potiguar.

A Loja “Sete de Setembro nº 22” sente-se feliz pela escolha do nosso Irmão JOÃO DE DEUS, que, realmente, tem uma larga folha de serviços prestados à nossa Instituição, portanto, uma justíssima homenagem.

DIA DO MAÇON *

A proposta para a criação do DIA DO MAÇOM foi levantada pela Grande Loja de Santa Catarina, na 5ª Mesa-Redonda das Grandes Lojas do Brasil, realizada em Belém/PA, nos dias 17 a 22 de julho de 1957

Por sugestão da Grande Loja de Minas Gerais, escolheu-se o dia 20 DE AGOSTO, com a justificativa de que foi nesse dia que a Independência do Brasil foi proclamada dentro de um Templo Maçônico.

E assim vários Trabalhos de esmerados Irmãos têm consignado esta data como sendo o dia do registro da moção de independência do Brasil de Portugal, em 1822.

Portanto, 20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM, é uma efeméride nacional consagrada e, como tal, deve ser comemorada com toda pompa, pois a Maçonaria em muito contribuiu para a efetiva emancipação político-social do Brasil, e os Maçons, de um modo geral, devem reverenciar seus membros responsáveis pelas ideias e as efetivas ações.
* FONTE: www.independencia.org.br

SÍMBOLO DA MAÇONARIA NA NOTA DE DÓLAR

O repórter Jorge Pontual (Rede Globo) conversou com Dan Brown para entender como a maçonaria atraiu uma lista tão grande de líderes históricos, e por que ainda é acusada de ter um pé no satanismo.
O mistério da maçonaria é o principal ingrediente do novo sucesso do escritor Dan Brown, "O Símbolo Perdido".
O autor do megasucesso "O Código Da Vinci", contou ao Fantástico que no livro anterior ele pergunta o que aconteceria se Jesus não fosse divino, mas apenas um profeta.

No novo romance, a questão é se o ser humano teria poderes divinos, uma ideia que segundo ele vem da maçonaria.
Toda a trama, cheia de peripécias, perseguições e surpresas, se passa em um domingo à noite em Washington, a capital americana, uma cidade cheia de símbolos da maçonaria.

Alguns são bem evidentes, como o obelisco, símbolo da divindade, com uma pirâmide, que representa a evolução dos seres humanos.
A influência dos maçons se refletiu na criação da biblioteca do Congresso americano, hoje a maior do mundo.

Um dos momentos mais emocionantes do livro é quando os heróis entram no salão de leitura da biblioteca do Congresso americano, descrito como o mais bonito do mundo.
Eles estão fugindo de uma equipe da SWAT e se escondem entrando por uma porta.

A república americana foi criada por um grupo de maçons, entre eles Benjamin Franklin, John Adams e o primeiro presidente, George Washington.

Um dos templos da maçonaria na cidade, onde os murais mostram o fundador da nação com o avental de pedreiro dos maçons lançando a pedra fundamental do capitólio, é o prédio do congresso americano.

Dan Brown lembra que o símbolo mais sagrado da nação, que está nas notas de dólar, é a pirâmide da maçonaria, encimada por um olho que simboliza a sabedoria.

Segundo o escritor, a pirâmide incompleta, sem o vértice, é um símbolo de que o ser humano, e o país, nunca estão prontos, sempre podem se aperfeiçoar.

O escritor destaca que, ao contrário do que muitos acreditam, os Estados Unidos não foram fundados como uma nação cristã.
Os fundadores eram maçons que seguiam o deísmo, uma religião universal que usa os símbolos de todas as crenças, e acredita que todos os homens nascem iguais, com o direito à liberdade de culto.

Sobre o altar do templo maçom, estão os livros das principais religiões: não só a bíblia cristã, como a torá dos judeus, o corão dos muçulmanos, e as escrituras de outras tradições.

O salão do templo, na capital americana, é o cenário da cena final do livro de Dan Brown, e certamente será recriado com muito mais colorido quando o filme for feito.

O templo é exatamente como Dan Brown descreve. No fundo, o trono do grande comandante soberano da ordem, o altar em torno do qual se realizam os rituais secretos.

Mas os maçons negam que o iniciado tome sangue em uma caveira como Dan Brown conta no livro. Segundo eles, isso é só imaginação do autor.

Dan Brown diz que, na verdade, os maçons usam vinho em vez de sangue, mas insiste que a caveira é usada no ritual da quinta libação, escrito num livro por um dos primeiros presidentes dos Estados Unidos, John Adams.

O templo é a sede do rito escocês da maçonaria, uma corrente fundada nos Estados Unidos, à qual pertenceram 15 presidentes americanos. O último foi Gerald Ford, nos anos 70.

Os líderes são mestres do grau 33, o máximo a que se pode chegar na maçonaria. Dan Brown explica que esse é um número místico, a idade de Cristo ao ser crucificado, e o número de vértebras da nossa coluna vertebral.

Muitos, em especial os fundamentalistas cristãos, atacam a maçonaria como um culto satânico, mas Dan Brown insiste que os símbolos e rituais da maçonaria não são sinistros nem malignos.
Pelo contrário, significam tolerância religiosa e espiritualidade universal.

Para Dan Brown, o importante é que as pessoas procurem entender os símbolos e as crenças dos outros, e tenham menos preconceitos.

FONTE: Edição de 03.01.2010 do Programa Fantástico - Rede Globo