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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

REVISTA ARTE REAL - EDITORIAL

Por Francisco Feitosa (*)

Enfim, 2010 se prepara para dar adeus e virar história, levando na bagagem conquistas e realizações, vitórias e derrotas, sorrisos e lágrimas.

Um ano atípico em diversos segmentos. Citando, apenas, alguns, conquistamos o direito de realizar a Copa de 2014, no entanto, na Copa da África, tivemos de engolir, garganta abaixo, a teimosia “dunguista”, acompanhada por uma “laranjada holandesa azeda”, além de assistir à seleção - “menos mal” - da Espanha, pela primeira vez, levantar a taça.

Na política, graças ao populismo lulista, não foi muito diferente, foi eleita a primeira mulher Presidente do Brasil. Também, devido ao poderio da mídia (Globo), reservaram uma “Escolha de Sophia” ao eleitor, induzindo-o a ter que oPTar por uma ou, em outro candidato.



Muito longe de isso ser uma escolha, esse pleito ficou marcado pelo lamentável “slogan” da campanha do palhaço Tiririca, igualando o eleitor, com todo respeito ao trabalhador circense, em mais um de sua profissão: “Vote no Tiririca, pior do que tá não fica!”. Nosso Presidente corroborou, defendeu-o, pronunciando: “O Tiririca é a cara da sociedade!”.

Os inconscientes 1.350.000 de votos para o candidato Tiririca, no primeiro turno, que, de carona, elegeu mais 4 deputados, é uma desastrosa demonstração de descomprometimento do eleitor com o país.

Da mesma forma, mais da metade dos votos da presidente eleita, cerca de 30 milhões de eleitores preferiram não votar no segundo turno, mais um recorde extremamente negativo.

O lado positivo dessas eleições foi a Lei Complementar 135/2010 – “Ficha Limpa” - que, embora, tenha dividido a opinião do STF, demonstrou a insatisfação da população com o quadro político atual, diga-se de passagem, embora tardia, ainda assim, um bom começo.

Cabe-nos parabenizar ao TSE por apresentar, a cada pleito, uma novidade, as urnas biométricas, um sistema de urnas eletrônicas invejável, fazendo com que 150 observadores internacionais acompanhassem nossas eleições. Vários países da América Latina já importaram a tecnologia brasileira. Acrescenta-se ao TSE o mérito de mais uma vitória: o recorde mundial de agilidade na apuração de votos em uma eleição.

Portanto, cabe mesmo a cada um fazer sua retrospectiva, não, apenas, do ano de 2010, mas de sua postura com relação à vida. Revendo sua postura e se está contribuindo para melhorar o país, o estado, a cidade. Como está se portando como profissional, pai, marido, filho, vizinho.



O Brasil de hoje é reflexo de nossa postura de ontem. Toda e qualquer mudança tem que acontecer agora, dentro de nós, em nossas casas, em nossas empresas, em nossas Lojas Maçônicas, para que os frutos possam ser colhidos amanhã.

O mês de dezembro é regado a comemorações e abraços fraternais, pois o espírito natalino invade nossos lares trazendo a esperança de dias melhores!

Quisera que o Natal fosse interpretado em sua essência, como o nascimento do Cristo em nós, em seus ensinamentos e exemplos deixados.
O pão e o vinho têm simbolismo eucarístico e significado muito mais profundo do que o desperdício das fartas mesas e as bebedeiras de final de ano.

O nascimento do Cristo, que jamais foi em dezembro, conforme já pudemos abordar em matéria de nossa autoria, publicada na edição nº 11, sob o título “Natal, Nascimento de Cristo, em Nós!”, foi uma jogada da Igreja Católica Apostólica Romana, a fim de atender seus interesses, aproveitando-se de uma comemoração popular ligada ao Mitraísmo.



Hoje, essa data tem servido mais para aquecer o comércio de presentes, sendo o pretenso “aniversariante”, cada vez mais, esquecido, principalmente, em sua doutrina.

Estamos às portas da Era de Aquarius, e, dentre os valores desse novo ciclo, não se encaixam os comportamentos do ciclo derradeiro.


O mundo iniciará uma nova etapa, mas lamentamos dizer que não se constrói nada em cima de ruínas.



Muito provavelmente, a Lei de Evolução cobrará à humanidade o Carma pendente, acumulado por anos e anos de egoísmo, ambição, materialismo, descasos e desmandos.

Reflitamos sobre o tema: “Omissão”, e observem o palco de guerra que se tornou a bela cidade, que um dia, ficou conhecida como “Maravilhosa”, portão de entrada do Brasil.

Recomendamos adotarem, como Palavra de Passe para o ano vindouro, a “Reeducação”, em todos os aspectos. Já que o final de ano nos induz à reflexão, aproveitemos para nos reeducarmos, esquecendo a individualidade e atentando para a coletividade.

Com relação a isso, socorremo-nos as palavras do poeta Jobim, na versão brasileira da música americana com o título “Wave”: “(...) é impossível ser feliz sozinho!”.

Falando em música, som e reeducação, propositalmente, o temário desta edição é “O Poder da Palavra”, com isso, a coluna Trabalhos e a Matéria da Capa, reservam três matérias sobre a importância da palavra, do verbo, da vibração.

A coluna Destaques, também, corrobora com o tema, apresentando a matéria “Números, Cores e Sons”, do insigne Professor Henrique José de Souza.

A coluna Os Grandes Iniciados presenteia a todos com a matéria “Melki-Tsedek ou Preste João”, enquanto a coluna ParaMaçônicas, não fazendo diferente, publica uma matéria sobre a “Ordem Internacional das Meninas Arco-Íris”.

O ano de 2010 ficou marcado para a Revista Arte Real pela crescente adesão de leitores, levando-nos, orgulhosamente, à marca de mais de 16.200, sucesso que deve ser atribuído à seriedade e ao comprometimento com a cultura maçônica.

Em 2011, a título de incentivar, ainda mais, os movimentos culturais, estaremos criando a coluna “Academias Maçônicas”, a fim de elucidar a todos quanto a importância dessas “Casas”, dedicada à exaltação cultural do povo maçônico.

Que o Brasil com sua nova presidente, que os brasileiros com melhor consciência de cidadania, e que os maçons com mais comprometimento com os destinos de nosso país, baseados na Palavra de Passe “Reeducação”, possam sair do individualismo e do ostracismo e empunhar com orgulho, galhardia e denodo, a bandeira áurea e verde em defesa de dias melhores para todos!



Que 2011 seja bem-vindo. Nós acreditamos no Brasil!

(*) Editorial da sempre ótima Revista Arte Real, que pode ser vista na íntegra em http://www.entreirmaos.net/

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CULTIVE A ALEGRIA!

Cultive a alegria! (*)
Se ninguém o aplaudiu, não fique frustrado!
"A alegria é um farol luminoso, em cujas lentes esbarram todos os pássaros da noite" (M. De Backer).
É preciso vencer a tristeza para ser feliz; ela é fonte de muitos sofrimentos; muitas vezes, ela vem acompanhada do mau humor.

Jamais dê guarida à tristeza e ao mau humor se você quiser ser feliz.
Rejeite e expulse esses sentimentos do seu coração com um ato de vontade e de fé. A tristeza nos adoece e nos mata.
A Bíblia diz que "A alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade.
A alegria do homem torna mais longa a sua vida" (Eclo 30,22-26). Lance fora a tristeza; ela não é uma boa companhia.
Não guarde mágoas, ira, inveja, rancores e ressentimentos, pois esses sentimentos envenenam o coração.
Faça como o sol: "Se algum dia você se sentir desprezado pelas pessoas, não se aborreça.
Se algum dia você perceber que não valorizam os seus esforços para melhorar, não fique aborrecido, isto só lhe faria mal.
Se algum dia você se sentir rejeitado e esquecido, colocado em segundo lugar, não se aborreça, não será menor por causa disso.
Se algum dia as pessoas não notarem a beleza de sua inteligência e a grandeza da sua alma, também não fique com raiva delas, você não perderá nada por causa disso.
Se você se levantar todos os dias para fazer o bem aos outros, e mesmo assim ninguém lhe agradecer por isso, não fique aborrecido, você não perdeu o mérito de suas boas obras.
Se você fez um belo trabalho e ninguém o parabenizou e aplaudiu, não fique frustrado, a sua obra continuará grande.
Se você renova todos os dias, incansável e gratuitamente, o seu amor às pessoas, e elas não são gratas a isso, não fique triste, pois também o sol nasce todos os dias, gratuitamente, e a maioria não repara nisso.
Todos os dias ele dá um grande espetáculo ao nascer, mas a maioria da plateia está dormindo e não pode aplaudi-lo".
Precisamos criar em torno de nós um ambiente feliz e alegre, expulsando dele, decididamente, o mau humor, a lamentação, a acusação dos outros, etc. Especialmente o lar deve ser um lugar onde os filhos respirem um “oxigênio” puro, e gostem dele.
Os psicólogos hoje advertem que muitos jovens são levados às drogas, fogem de casa por não suportarem o ambiente de brigas, confusões e tristezas.
Alguém me contou esta história:
"Um homem chegou em casa naquela noite, trazendo o mau humor que o caracterizava há alguns meses.
Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades, que ele se transformara em um ser amargo, triste, mal-humorado.
Colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu. Deteve o passo e pôde ouvir a voz do filho de seus quatro anos de idade:
– Mamãe, por que papai está sempre triste?
– Não sei, amor, respondeu a mãe, com paciência. Ele deve estar preocupado com seus negócios.
O homem parou, sem coragem de entrar e continuou ouvindo:
– Que são negócios, mamãe?
– São as lutas da vida, filho. Houve uma pequena pausa e depois, a voz infantil se fez ouvir outra vez:
– Papai fica alegre nos negócios?
– Fica, sim, respondeu a mãe.
– Mas, então, por que ele fica triste em casa?
Sensibilizado, o pai pôde ouvir a esposa explicar ao pequenino:
– Nas lutas de cada dia, meu filho, seu pai deve sempre demonstrar contentamento. Deve ser alegre para agradar ao chefe da repartição e aos clientes. É importante para o trabalho dele. Mas, quando ele volta para casa, ele traz muitas preocupações. Se fora de casa, precisa cuidar para não ferir os outros, e mostrar alegria, gentileza, não acontece o mesmo em casa. Aqui é o lar, meu filho, onde ele está com o direito de não esconder o seu cansaço, as suas preocupações.
A criança pareceu escutar atenta e depois, suspirando, como se tivesse pensado por longo tempo, desabafou:
– Que pena, hein, mãe? Eu gostaria tanto de ter um pai feliz, ao menos de vez em quando. Gostaria que ele chegasse em casa e me pegasse no colo, brincasse comigo. Sorrisse para mim. Eu gostaria tanto...
Naquele momento, o homem pareceu sentir as pernas bambearem. Um líquido estranho lhe escorreu dos olhos e ele se descobriu chorando.
– Meu Deus, pensou, como estou maltratando minha família!
E, ainda emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o menino, abraçou-o com força e o convidou: – Filho, vamos brincar?"
Todos nós temos problemas e os teremos a vida toda.
O importante é não deixá-los nos sufocar.
Deus nos manda buscar e cultivar a alegria, mesmo nas horas difíceis:
"Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: Alegrai-vos! O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus" (Fil 4, 4-7).

(*) Prof. Felipe Aquino, casado, 05 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II.
Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias".
Saiba mais no Blog do Professor Felipe: www.cleofas.com.br - felipeaquino@cancaonova.com
- Colaboração do Irmão Samir Araújo Lemos - Loja Sete de Setembro nº 22 da GLERN

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

1932: POPULISMO ONTEM E HOJE!

1. Em 1932, Mussolini destacava-se como único líder, chefe de governo de expressão no mundo ocidental. Com formação teórica muito acima da média, poliglota, leitor de filósofos e de grandes escritores, conhecedor de historia, impressionou Emil Ludwig, escritor alemão, biógrafo de Bismarck, Napoleão e Goethe.


2. Mussolini deu absoluta privacidade, dez tardes seguidas em seu gabinete, para uma entrevista com Ludwig. Esta foi publicada e se transformou em livro logo em seguida: "Colóquios com Mussolini". Ludwig explora os conceitos do entrevistado - liderança, governo, autoridade, nacionalismo, poder, países, história, artes, atributos do líder, Estado... Mussolini passou a ser referência para outros líderes políticos. Salazar mantinha seu busto na mesa de trabalho. Getúlio usou na "Constituição" de 1937 o conceito de Parlamento corporativo num governo autoritário.
3. Mussolini mitificava a ação, mas refletia e cristalizava seus conceitos. Esses, difundidos, formaram e formam gerações de lideranças populistas-autoritárias, com ou sem consciência da escola de influências que receberam. Com a ascensão do populismo autoritário na América Latina, cumpre ir a essas raízes, até para que esses saibam de que fonte vem a água que bebem.
4. Diz Mussolini que, "para governar as massas, temos que usar duas rédeas: o entusiasmo e o interesse. Confiar em uma só é estar em perigo. O lado místico e o lado político estão subordinados um ao outro. Este sem aquele se torna árido. Aquele sem este se desfolha ao vento das bandeiras".
5. Numa afirmação, desnuda a base do populismo: "A massa não deve saber, mas crer. Só a fé remove montanhas. O raciocínio não. Este é um instrumento, mas jamais motor da multidão". Sobre sua relação direta com as massas, diz: "Deve-se dominar as massas como um artista domina sua arte". E ensina: "Deve-se ir do místico ao político, da epopeia à prosa".
6. É nessa entrevista que Mussolini usa uma frase que marcou seu machismo: "A multidão adora homens fortes. A multidão é feminina". Ludwig, vendo sua chegada ao balcão de seu gabinete no palácio Veneza para saudar a multidão, comenta: "No balcão, olhando as massas, ele tem o ar de autor dramático, que chega ao teatro e vê os atores impacientes para o ensaio".
7. Mussolini segue: "Cumpre tirar dos altares sua santidade, o povo. A multidão não revela segredos. Quando não é organizada, a massa é um rebanho de ovelhas. Nego que ela possa se reger por si só". Ludwig registra o que ele ensina e que deveria servir ao mesmo Mussolini e a tantos outros, especialmente os de aqui e agora: Veja só o que Brunsen disse de Bismarck: “Tornou a Alemanha grande e os alemães pequenos”.
(*) - Coluna de Cesar Maia no jornal Folha de São Paulo (06.11.2010)
- Colaboração do Ir.: Sam Revoredo