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domingo, 31 de outubro de 2010

REVISTA “ARTE REAL” - 30.10.2010




EDITORIAL - Ir.: Francisco Feitosa *

Passadas as eleições e a grande expectativa de se saber quem lograria o sufrágio dos eleitores, tornando-se o nosso dirigente maior, evocamos as bênçãos do GADU no sentido de orientá-lo (a) na condução de seu governo e no destino de nossa nação, pátria do Avatara da Era de Aquarius!
Está em voga comentar que nossa Sacrossanta Instituição anda, há muito, distante das decisões políticas do país. De fato, já há quase um século, desde o “Estado Novo”, que não percebemos a participação direta da Maçonaria no cenário sócio-político brasileiro.

Refugiamo-nos em nossos Templos e passamos a assistir à “Nau Brasil” a navegar à sorte das ondas, por mares revoltos e infestados de tubarões.

Proibiu-se a discussão política e religiosa em nossos Templos. De benfeitores da humanidade, tornamo-nos omissos espectadores dos problemas de nosso povo. Perdemos o poder de interferir como instituição e nos reduzimos a protestos estéreis de alguns Irmãos que, vagamente, lembram-nos a fibra dos ilustres Maçons do passado.

Em verdade, quando da chegada da Maçonaria ao Brasil, por volta das primeiras décadas do século XIX, havia, apenas, dois movimentos: o monarquista e o antimonarquista, encabeçados por Bonifácio e Lêdo, embora ambos tivessem o mesmo ideal: a Independência do Brasil. Hoje, a realidade é bem outra. Temos um pluripartidarismo, com o absurdo de 27 partidos políticos. Bem mais agravante, nossa Ordem, banhada pela vaidade de seus dirigentes, encontra-se fragmentada em uma infinidade, cada vez maior, de “potências”, se é que a palavra, etimologicamente, pode definir assim. Cada “potência”, que nasce, dilacera e mata, um pouco mais, a nossa Ordem, contrariando o dito popular, “a união faz a força”.

Neste pleito, foram eleitos alguns Maçons, reeleitos outros, mas, ainda assim, não temos uma expressiva Bancada Maçônica. Assistimos, com tristeza, a cada eleição, dentro de uma mesma “potência”, a vários candidatos disputando o mesmo cargo, uma demonstração de individualismo, desorganização e descomprometimento com a coletividade.
Se pudéssemos aviar uma receita para essa doença (vaidade), indicaríamos a leitura diária, pela manhã, do livro bíblico Eclesiastes (Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!).

De certo, recolhidos em nossos Templos, pelo menos, da ritualística, estamos cuidando direito! Ledo engano! O que vemos, em muitas Lojas, é uma total profanação, por falta de conhecimento e consciência do que seja uma Escola Iniciática, tornando-as “clubes de serviços”, para atender interesses pessoais de alguns.

Os cargos de Vigilantes, que têm como principal função ministrar as instruções, viraram trampolins para se chegar ao Veneralato. Não mais se aplicam, aos Aprendizes e Companheiros, as instruções, são, apenas, lidas, e, diga-se de passagem, mal-lidas, desrespeitando-se pontuação e prejudicando a compreensão do seu conteúdo. Mal se cobram os Trabalhos para ascender aos Graus. Chegando-se ao Mestrado, diz-se que se atingiu a plenitude dos direitos maçônicos e não mais é preciso estudar ou apresentar Peça de Arquitetura.
Lamentavelmente, tais Mestres serão os guias de novos Aprendizes e Companheiros, cegos guiando cegos à beira de um precipício.
Em se falando de Mestre, mas, agora, de fato e de direito, prestamos nossa singela homenagem ao “Velho Mestre”, nosso querido Raimundo Rodrigues, articulista de nossa Revista, que nos deixou no dia 03 de outubro. O GADU o chamou, deixando-nos saudosos e carentes. Esses expoentes da cultura maçônica têm partido tristes, embora com a certeza do dever cumprido, por terem, muitas vezes, “jogado pérolas aos porcos”. Siga em paz sua vereda, “Velho Mestre”, pois, em vida, fez-se imortal, através de suas belas Obras.

Que este Editorial sirva para refletirmos sobre o que responder quando nos perguntarem: “Que vimos fazer aqui?” Dentro desse escopo, como Matéria de Capa, apresentamos o texto “Resgatando o Saber das Antigas Escolas de Mistérios”, publicado no site da Sociedade Teosófica. Dentro do mesmo objetivo, destacamos a sinopse do trabalho “Os Doze Trabalhos de Hércules e a Evolução da Alma” (o texto completo está disponibilizado em nosso site, para download), de autoria de nosso Irmão Alfredo Roberto Netto, reforçando, com excelência, a importância de melhor entendermos nosso papel como Iniciados Maçons.

Conheçamos a história da Antiga Ordem dos Jardineiros Livres, matéria de autoria do Irmão que assina com o pseudônimo de Deldebbio. Tal Ordem possuía incrível semelhança com a nossa em seus símbolos e paramentos.

Depois de sua chegada ao Brasil, em maio de 2009, no Rio Grande do Sul, será criada, neste mês de novembro, em Mato Grosso do Sul, mais uma Loja da Shriner Internacional, uma Ordem Filantrópica Paramaçônica. Portanto, para o deleite de nossos leitores, a coluna Ordens ParaMaçônicas, traz a matéria “Antiga Ordem Arábica de Nobres do Santuário Místico”, apresentando a Ordem Shriner Internacional.

Certos de que estamos contribuindo, positivamente, através da informação séria e da conscientização de nossos diletos leitores, para que nossa Ordem volte ao patamar de comprometimento de outrora, com o objetivo, de fato, de fazer feliz a humanidade, continuaremos, denodadamente, imbuído de nossa altruística tarefa de levar a cultura maçônica ao seio das Lojas, estimulando o estudo e a pesquisa e valorizando o Quarto de Hora de Estudos.

* Editor da Revista, a qual recomendamos detida leitura, que pode ser feita através do portal: http://www.entreirmaos.net/
E-mail: feitosa@entreirmaos.net

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