(*) Desde o 1º dia de sua Iniciação Maçônica o obreiro do Grande Oriente do Brasil, se prestar atenção aos ensinamentos recebidos, compreenderá que a discrição, a abstenção de falar palavras desnecessárias, o silenciar a respeito de assuntos tidos como reservados, e ainda os sigilosos, tudo isso assume proporções superiores nos deveres de um Maçom.
Mesmo nos tempos imemoriais,
segundo nos informam pesquisadores confiáveis na área da arqueologia, era regra,
no dia a dia das escolas de mistérios, o domínio da língua, sem o qual nenhum
avanço espiritual seria possível, e o candidato a adepto poderia ser afastado
daquela comunidade onde dera ingresso com tanto sacrifício.
Ai está o motivo pelo qual, até nos
dias de hoje, a Maçonaria que tanto herdou das antigas sociedades secretas, não
mede esforços para que seus iniciados aprendam desde cedo a cultivar o silêncio
naquilo que não venha em favor da edificação moral da sociedade.
Com efeito, muito difícil de se
ajustar entre nós é o inquieto palrador, o falastrão inconsequente e
pernicioso, que nenhuma palavra guarda para si, corrompendo-a com a articulação
precipitada antes do tempo e fora do lugar.
Tal comportamento, além de causar
males à evolução natural do maçom que resiste em não se afinar com os usos e
costumes da Sublime Instituição, acarreta sofrimento àqueles seres humanos
afetados pelas palavras impensadas e eventualmente ácidas, que podem mesmo
destruir, sem motivo, a imagem pessoal de um Irmão.
A palavra é, de certa forma, um
perigoso instrumento a ser usado com o maior cuidado; eis que por seu intermédio
pode-se tentar contra uma vida humana pelo choque, pelo impacto emocional
causador. Ou vidas podem ser salvas mediante a palavra positiva, a palavra que
valoriza, que anima, que vivifica.
A palavra indiscreta, em Maçonaria,
é um dos piores vícios humanos cultivados por irresponsáveis e maledicentes que
contribuem para o desmerecimento da Ordem e que, na verdade, jamais foram
efetivamente, iniciados,
constituindo-se em profanos de aventais.
Pensemos nisto!
(*) - Marcos José da Silva - 20.10.11
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